quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

É por essas e outras que eu AMO a internet

Lembram que escrevi uma resenha sobre o livro Meu Caro H? Aquele que eu li na adolescência sobre um portador do vírus HIV?

Pois bem, essa resenha me rendeu boas surpresas! A primeira foi um comentário escrito pelo próprio autor do livro. Para lê-lo, deixa de preguiça e vá até o post. Tá bom, tá bom, vou transcrevê-lo:

Samir Thomaz disse...

Carla, obrigado pelo seu comentário. Deu pra sentir que você leu o livro de uma maneira bastante intensa, o que só me deixa orgulhoso e gratificado em razão da qualidade da análise que você fez. Eu gostaria de lhe agradecer enviando-lhe um exemplar do meu livro lançado em outubro, "Te espero o tempo que for", um romance autobiográfico que trata de uma situação específica pelo fato de eu ser soro.

Não queria escrever mais sobre esse assunto, mas uma vez que se carrega o vírus nas veias e se expõe do modo como eu me expus, tem de saber que poderá sofrer preconceito e ter sua liberdade restrita. Foi o que aconteceu comigo e por isso eu voltei ao assunto.


Gostaria que, se for do seu interesse, claro, me enviasse o seu endereço para o meu e-mail (samirthomas@gmail.com), para que eu possa retribuir a sua generosidade em palavras.
Um abraço.
Samir

Não é demais? Quando isso tudo seria possível sem a internet? Não é só porque ela é meu ganha pão não, sou fã de carteirinha MESMO! E nem imagino mais minha vida sem ela! Esse é o lado bom dos tempos modernos!

Mais que rapidamente respondi o e-mail do Samir e fomos nos falando sobre o envio do livro. Nesse mei
o tempo, recebi um e-mail de uma leitora fofíssima, a Lu Vieira, do Máquina de Letras, dizendo que ela tinha AMADO a resenha sobre o livro e, mais ainda, o comentário de Samir. Ela manifestou um super interesse em ler uma entrevista com o autor, e sugeriu que eu propusesse isso a ele.

Lá fui eu enviar um outro e-mail com o pedido da entrevista. Quem tem boca vai a Roma, néaammm? Samir foi um fofo e topou! Uhu!! :)


Então, aguardem! Assim que eu acabar de ler Te espero o tempo que for, farei a entrevista com o autor da obra, Samir Thomaz, e publicarei tudo aqui para vocês conferirem!

Para finalizar, preciso dividir com vocês a super novidade que foi o motivo do post: os livros chegaram!!!!


Isso mesmo, Samir enviou o Te espero o tempo que for, com uma dedicatória L-I-N-D-A e ainda o Carpe Diem, sua primeira obra.

Abaixo, deixo vocês com as fotos dos livros e das dedicatórias super carinhosas do Samir. Porque não basta ser escritor, é preciso ter alma de poeta. ;)

Os livros

Dedicatória - Carpe Diem

Dedicatória - Te espero o tempo que for

Para ver as fotos em tamanho maior, é só clicar.

E aí, concordam comigo? A internet não merece todo o meu amor?

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Ensaio Sobre a Cegueira - José Saramago - Companhia das Letras


Eu sou suspeita, porque fiquei fascinada por Saramago depois de ler esse livro. Fascinada.

O livro é perturbador, de qualidade única, tão bem escrito que chegou a provocar reações físicas enquanto eu o lia. Cheguei a ficar enjoada, um dia, enquanto lia a descrição do estado do local onde os cegos estavam abrigados.
A narrativa é realmente singular, a cegueira que aflige o mundo inteiro - e que é branca, e não preta, como normalmente - pode significar várias coisas, dependendo do entendimento de cada leitor. O mesmo ocorre para o fato de apenas uma mulher não ficar cega e para o final do livro. Então, o livro é, ao mesmo tempo, objetivo e subjetivo.
Ao mesmo tempo, o livro trata de um assunto praticamente irreal, mas trata também da alma humana, tal qual ela é, trazendo uma dose maciça de realidade. Na realidade, Ensaio é uma metáforo do mundo em que vivemos, onde enxergamos, mas somos todos cegos. Onde somos todos iguais, mas estamos sempre segregando, fazendo diferenças.

E a forma única - e marca registrada - de Saramago escrever, sem pontuação alguma, incomodou muita gente, mas a mim não interferiu em nada. Porque a narrativa tem tanta qualidade, mas tanta, que é fácil se envolver e acostumar com a forma com que o livro foi escrito.

Outro detalhe muito legal é a falta de nomes dos personagens. Para que nomes, se os cegos tornam-se todos iguais, sem diferenças de imagem e posses?


Ensaio sobre a Cegueira foi um dos livros que mais me marcou. Um dos livros que, certamente, lembrarei para sempre. É lindo, é intenso, é pura verdade.


O filme


O livro, de 1995, inspirou muito cineastas a adaptarem a história para as telas. mas, Saramago nunca permitiu. Até que Fernando meirelles conseguiu a façanha. Por conta disso, a pressão era grande e Meirelles estava muito ansioso e receoso de provocar uma reação negativa no autor, ao assistir ao filme.

Acompanhei o blog do cineasta durante as filmagens e, quando ele postou esse vídeo, chorei demais. Olha que linda a reação de Saramago! Certamente esse foi o momento mais especial da carreira de Meirelles.



E, realmente, o filme foi um feito e tanto. Costumo me decepcionar muito com adaptações, sempre as acho muito inferiores aos livros, mas Ensaio ficou ótimo! E meu marido, que foi comigo ao cinema e não tinha lido o livro, saiu de lá emocionado e completamente mexido. Então, se mexeu com quem leu e com quem não leu, cumpriu seu papel, e de forma louvável.

Em nome da literatura e para seu próprio bem, leia Ensaio sobre a Cegueira. Você não vai se arrepender.


Sobre o Autor


José Saramago nasceu na aldeia ribatejana de Azinhaga, concelho de Golegã, no dia 16 de Novembro de 1922, embora o registo oficial mencione o dia 18. Seus pais emigraram para Lisboa quando ele ainda não perfizera três anos de idade. Toda a sua vida tem decorrido na capital, embora até ao princípio da idade madura tivessem sido numerosas e às vezes prolongadas as suas estadas na aldeia natal. Fez estudos secundários (liceal e técnico) que não pôde continuar por dificuldades econômicas.
No seu primeiro emprego foi serralheiro mecânico, tendo depois exercido diversas outras profissões, a saber: desenhador, funcionário da saúde e da previdência social, editor, tradutor, jornalista. Publicou o seu primeiro livro, um romance ("Terra do Pecado"), em 1947, tendo estado depois sem publicar até 1966. Trabalhou durante doze anos numa editora, onde exerceu funções de direcção literária e de produção. Colaborou como crítico literário na Revista "Seara Nova".
Em 1972 e 1973 fez parte da redacção do Jornal "Diário de Lisboa" onde foi comentador político, tendo também coordenado, durante alguns meses, o suplemento cultural daquele vespertino. Pertenceu à primeira Direcção da Associação Portuguesa de Escritores. Entre Abril e Novembro de 1975 foi director-adjunto do "Diário de Notícias". Desde 1976 vive exclusivamente do seu trabalho literário.
Onde Comprar
Os lugares mais baratos que encontrei foram: Cia dos Livros, por R$ 29,00 e Saraiva, por R$ 29,30.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Eu fui indicada para o selo meme


Recebi esse selinho fofo da querida Fernanda, do Coisas Minhas. Mega obrigada, flor!

As regrinhas são:


Escrever uma lista com oito características suas e indicar oito blogs para o selo, sem deixar de avisar a cada um deles (acho que já recebi essas regras em outro selinho....hehehe).


As características:

Sensível

Perfeccionista

Ansiosa

Racional

Organizada

Feliz
Determinada

Vaidosa

Os blogs indicados:

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vou chamar a polícia - Irvin Yalom - Agir


Depois de ter lido Quando Nietzsche Chorou, foi a vez de cair de cabeça em outro livro do autor, o Vou Chamar a Polícia. Gostei muito mais desse do que do anterior. Me envolvi muito mais, achei a leitura mais dinâmica e adorei as histórias contadas por Yalom.

A história sobre seu amigo - a que abre o livro - e a última delas - que fala sobre uma parte de outro livro seu, sobre uma jovem paciente que se envolve com seu médico idoso - são excelentes! Além disso, adorei a análise e as explicações dadas para algumas passagens de Quando Nietzsche Chorou. Elas foram mega neriquecedoras.

O ideal mesmo é ler esse livro depois de já ter lido toda a obra do autor, já que ele cita todos os seus livros neste exemplar. Mas, mesmo para quem é novato na literatura de Yalom, Vou chamar a Polícia vale a pena!

Eu sou suspeita, porque sempre fui fascinada pela mente humana, seus mistérios e peculiaridades. Outra coisa que me fascina é a capacidade que esses profissionais têm de "investigar" e "descobrir" a causa para alguns maus que aparentemente não possuem relação nenhuma entre si.


É muito legal ler um livro em que o autor abre completamente sua profissão, seu dia-a-dia, questões éticas e complexas para o mundo conhecer. Eu, que não sou dessa área, mas sou mega curiosa, achei bárbara a possibilidade de me aproximar mais dessa realidade.

Para saber mais, confira o site do livro.

Sobre o Autor

Irvin D. Yalom nasceu em 1931, em Washington, d.c. Seus pais eram imigrantes russos que se estabeleceram nos Estados Unidos em busca de uma vida melhor. Desde criança, Yalom demonstrava profundo interesse pelos livros. Talvez tenha vindo daí sua paixão pela escrita e a vontade de transformar em narrativa o precioso material que seu trabalho como psiquiatra lhe daria. Atualmente é professor emérito de Psiquiatria na Universidade de Stanford.

Onde comprar

Os lugares mais baratos que encontrei foram: Americanas, por R$ 29,80 e WallMart, por R$ 29,90.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

A vida sexual de Catherine M. - Catherine Millet - Ediouro

Esse texto foi enviado pela queridíssima Ana Paula Ganzaroli, do blog Cafofo da Ana. Simplesmente arrasou no texto!!!! Fiquei enlouquecida de vontade de ler esse livro. Ai, mais um pra minha interminável lista...humpf!

Confira a opinião da Aninha:

Quando digo que os livros me escolhem eu não estou brincando. Um amigo, ao ler meus textos sobre sexo, me mandou uma entrevista sobre Catherine Millet, onde ela fala sobre seus últimos dois livros, sobre o feminismo, sobre sexo, sobre ciúmes, entre outros temas. Claro que o que mais me chamou atenção foi o fato de ela ter escrito um livro que descreve suas experiências sexuais. Uma autobiografia sexual.

Alguns dias após ler a entrevista fui a uma banca de jornal ver as novidades, quando me deparei com o livro, objeto desse texto. Comprei e comecei a ler imediatamente.
Catherine é a prova viva de que a mulher consegue sim, fazer sexo sem amor. Ela consegue separá-los, quero dizer. Não que isso seja fácil para nós mulheres, mas talvez tenhamos sido condicionadas a sermos assim. Afinal, somos nós mulheres que crescemos ouvindo sobre contos de fadas e a assistindo a comédias românticas.
Existe um mito urbano de que a mulher só se entrega a um homem se estiver apaixonada ou que após o sexo ela se envolve emocionalmente com mais facilidade. De fato, acho que as mulheres por serem mais emotivas e muitas vezes mais sensíveis têm, realmente, essa facilidade, mas toda regra tem sua exceção e Catherine prova isso a cada página do livro que li.
O que mais me chamou a atenção no livro é que ela demonstra ser extremamente honesta em seu desfecho narrativo. Melhor de tudo, ela não tenta analisar ou dar explicações pelo fato de ser assim. Ela gosta de sexo e ponto. Não quer dar explicações de sua vida (pelo menos não nesse livro), quer apenas narrá-la. E o faz da forma mais explícita possível.
Catherine já fez de tudo. Transou com homens. Com vários deles, inclusive. Já transou com mulheres e até com um travesti, certa vez. Confessa abertamente ter participado de surubas e de se sentir confortável e até mesmo satisfeita em ter vários homens percorrendo o seu corpo, inclusive desconhecidos. De conseguir satisfazê-los plenamente.
Um parênteses aqui é necessário: Catherine não é prostituta (apesar de ela ter confessado em seu livro que isso passou pela sua cabeça, ou seja, se ela gostava tanto de sexo, por que não ganhar dinheiro com isso?). Ela é fundadora e diretora de uma revista de arte na França, e também escreveu um livro sobre o pintor Salvador Dali, ou seja, ela é uma intelectual e não uma mulher qualquer. Ela é inteligente e não precisava, em tese, levar esse estilo de vida, se não quisesse.
Confesso que durante a leitura vários sentimentos me ocorreram, o primeiro deles, foi a perplexidade, pois a coragem que teve essa mulher ao tornar pública sua vida sexual extremamente apimentada e descrever em detalhes tudo que já viveu choca até as mais moderninhas (como eu, por exemplo).
Em segundo lugar, após me acostumar com a linguagem narrativa e descrições explícitas da autora, no entanto, comecei a achar que faltava algo no livro. Faltava a sensação de Catherine ao praticar sexo. Cheguei a dizer que faltava um pouco de lirismo no livro. Mas foi então que, ao continuar a leitura, percebi que o lírico e o lúdico que, em minha opinião, faltava ao livro apareceram em seguida, quando ela descreve sua relação com o Jacques (que é seu marido).
Foi exatamente após a metade do livro que consegui perceber de forma clara que Catherine provou saber distinguir o “sexo pelo sexo” do “sexo com amor”. As cenas líricas e lúdicas das quais senti falta, ela só descreve quando está em companhia do marido. É curiosa, inclusive, a forma como ela aborda a questão emocional e moral da traição, afinal ambos participavam de surubas.
Passei a admirá-la não só pela coragem em ter publicado o livro, mas também por saber separar o joio do trigo, como poucas mulheres sabem fazer. Ouso dizer que Catherine é revolucionária. As mulheres passaram anos exigindo direitos iguais. A autora demonstra que atualmente as mulheres podem exigir também igualdade de desejo. Afinal, onde está provado que homem tem mais tesão que mulher?
Sobre a Autora
Nascida em 1948 na França, Catherine Millet é fundadora e diretora da Art Press, uma das mais influentes revistas de arte francesas, além de autora de Arte contemporânea na França(1987) e Arte contemporânea: história e geografia (2006), entre outros livros. É especialistana obra do pintor espanholSalvador Dalí e do artista plásticoYves Klein. Conquistou milhões deleitores com o polêmico A vida sexual de Catherine M. (2001), marco na escrita feminina sobre sexo.
Onde Comprar
Está bem difícil de achar esse livro para compra. Encontrei apenas no Mercado Livre, por R$ 33,00 e na Estante Virtual, por preços a partir de R$ 12,00 .

Mande a sua resenha!
Se você também quer participar da Resenha do Leitor, entre em contato pelo carla.martins16@gmail.com. Vou a-d-o-r-a-r! :)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Selos da Kátia!

Géntche!!! A Kátia Ruivo, do Colcha de Retalhos, postou uma mooonte de selos de uma vez. Olha como as pessoas têm carinho pelo blog dela!!! A quantidade de selos é grande mesmo! Passa pra ver!

Pois é....e eis que ela postou todos eles e me presenteou com dois. Olha que fofos:





























Obrigada, Kátia, amei!
Sei que estou postando os presentes tempos depois, mas você sabe que meu dia deveria ter, no minimo, 30 horas, né?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Primeiro Amor - Samuel Beckett - Cosac & Naify

"Foi nesta vacaria, cheia de bostas secas e ocas que se desfaziam com um suspiro quando lhes espetava o dedo, que pela primeira vez na minha vida, e diria de bom grado a última se não tivesses de poupar no cianeto, tive de me defender de um sentimento que pouco a pouco assumiu, para meu infortúnio, o terrível nome de amor.

Teria eu desenhado o nome dela em merda velha de vaca se o meu amor fosse puro e desinteressado? E ainda por cima com o meu dedo, que a seguir chupei”


Li esse livro há mais de dois anos e não tinha conseguido, ainda, resenhar sobre ele. Sei da importância que o autor teve para a literatura mundial, sei que o livro tem muitas qualidades, sei que ele escrevia incontestavelmente bem, mas, sinceramente, não consegui gostar de Primeiro Amor. E, como esse foi o primeiro livro do autor que eu li, minhas impressões não foram das melhores.


Não sei se foi proposital (vindo dele, claro que foi!), mas o título romântico não tem absolutamente nada a ver com o conteúdo do livro. A obra é ácida, completamente perturbadora. Não há nada que fuja do banal na história, com muitos toques de humor.

O autor escreve um monólogo sobre seu primeiro amor. O livro é curto, rápido de ler, mas me deixou com um gosto amargo na boca ao terminar a última página.

E você, já leu esse livro? O que achou?

Sobre o Autor

O irlandês Samuel Beckett (1906-1987), que tem centenário de nascimento celebrado em 2006 (nasceu em Dublin no dia 13 de abril), é um dos principais nomes da literatura e da dramaturgia do século 20. Possuidor de estilo minimalista, o autor levou a palavra aos limites da linguagem, chegando a erradicar de alguns de seus textos as noções de tempo e de espaço, em tramas que, aparentemente, nada acontece _mas, nas entrelinhas, há um forte sentido existencial.

Os personagens que habitam seu universo são moribundos e decrépitos, por vezes condenados à imobilidade e ao discurso. Eles estão presentes em peças teatrais como "Esperando Godot" (Cosac&Naify), "Fim de Jogo" (Cosac&Naify) e "A Última Gravação de Krapp", na trilogia de prosa "Molloy", "Malone Morre" (Códex) e "O Inominável", além de habitarem o elíptico "Primeiro Amor" (Cosac&Naify) e o experimental "Como É" (Iluminuras) _texto radical, sem pontuação alguma, em que o personagem tenta se arrastar na lama.

Beckett surgiu para o mundo literário no entreguerras, durante sua estada em Paris, então epicentro cultural da Europa (lar também dos poetas T.S. Elliott e Ezra Pound). Em 1928, após ler "Ulysses", de James Joyce, conhece o autor e a partir de então estabelece relação muito próxima com ele, um dos grandes autores do século 20, chegando a colaborar na obra em progresso "Finnegans Wake", pilar da experimentação com a linguagem.

Ganhador do Prêmio Nobel de Literatura em 1969, Beckett teve reconhecimento em vida, já que sua obra mais conhecida foi escrita entre 1952 e 1957. Após a publicação das peças mais longas e da trilogia de romances, Beckett foi fragmentando cada vez mais seu estilo, criando série de textos teatrais curtos, romances elípticos e chegando a escrever até um roteiro para cinema.

Onde comprar

Os lugares mais baratos que encontrei foram: Cia dos Livros e Americanas.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

A Outra Vida de catherine M. - Catherine Millet - Agir

Essa resenha foi enviada por Karina Nishioka. Ela estava louca para ler esse livro e mergulhou de cabeça na obra. Confira a opinião de Karina:

Meu interesse pela autora Catherine M. Surgiu quando li uma entrevista que ela deu para uma Playboy de 2001, época do lançamento de seu 1º livro autobiográfico: "A Vida Sexual de catherine M.".

Totalmente voltada para a vida sexual permissiva da autora, a entrevista explorou muito do que eu poderia encontrar neste livro. As perguntas guiavam Catherine a confirmar e relatar brevemente suas aventuras eróticas, que chegavam a envolver 20, 30 ou 40 pessoas em uma mesma noite.

Pronto, curiosidade ativada, fui atrás do livro; Tudo que consegui foi "A Outra Vida de Catherine M.", uma espécie de continuação do primeiro livro. Ansiosa, não o subestimei, e confesso que terminei voando minha leitura.

Fui Surpreendida

Catherine Millet nasceu em 1948 e é fundadora e diretora de uma das mais influentes revistas de arte francesas,a Art Press. Especialista na obra de Salvador Dali e Yves Klein, escreveu conceituados livros de arte, quandoconquistou milhares de leitores revelando pela primeira vez ao mundo, de um jeito sóbrio e elegante, uma trajetória sexual completamentelivre de privações.

O Livro

Ouso dizer, mesmo sem ter lido "A vida Sexual...", que Catherine revela tanto ou muito mais de si em "A Outra Vida de Catherine M.". Isso porque ela não se atenta mais em trazer ao leitor os
detalhes de suas experiencias e parceiros, mas sim em se situar diante de tudo aquilo. Ela revela como era sua relação familiar, como foi sair de casa, seus anseios e medos e a grande dificuldade em lidar com a sensação de não ser a única de seu grande amor, o atual marido, Jaques.

Catherine certamente é uma pensadora habituada a escrita dos livros de Arte, e durante todo o texto não deixa de demonstrar essa delicadeza. Faz comprações que por vezes soam infantis, mas que sem elas talvez fosse impossível mergulhar no seu universo.

Uma das passagens que mais me marcou, sem motivo especial, apenas pela sutileza com que consegui absorver a idéia, foi quando ela comparou o fato de ter descoberto que seu marido a traía, com a situação de chegar a uma festa, confiante de si, e receber um aceno. Você imediatamente retribui o aceno e segundos depois percebe que na verdade o aceno foi pra pessoa que estava logo atrás de você. Simples, mas potencialmente real.

Ela ainda diz que, naquele momento, você se sente quase ridículo por ter imaginado que entre todas aquelas possoas você, cheio de si, seria a única que poderia conhecer o autor do aceno. E deixa a moral da hitória para nós. Caterine vai se ruindo à medida em que as páginas avançam, e a personagem que bem no início parecia um ser intocável que se desprendeu das pequenices humanas e descobriu o sexo livre, se tranforma numa mulher enlouquecida e possuída por um ciúmes silencioso, comum a tantas mulheres.

Ela relata delicadamente como era revirar as coisas do marido colocando cada papel no lugar ao qual pertencia, visitar cada lugar em que descobriu que ele esteve na companhia de outra, ao mesmo tempo que sustentava as práticas sexuais libertinas que ele, o marido, reprimia.

Nem tudo são flores

O terço final do livro é tão paranóico e pesado que Catherine deixa de lado as comparações que antes agraciavam a leitura, e relata apenas sua doença. Ela vai muito mais a fundo e finaliza o livro revelando que ainda padece do mesmo ciúmes que tanto a corroeu, mas agora, apenas como
reflexo, hábito, e não medo. Foi a parte mais sofrida da leitura, e deixa a sensação de que faltou o final feliz.Catherine, ao que se sabe, ainda é casada com Jaques, e muito apaixonada.

Mas eu gostaria de ler algo mais incisivo sobre sua superação. De qualquer forma me surpreendeu, e indico como leitura (mais que) obrigatória para mulheres. Confira o site do livro.

Sobre a Autora

Nascida em 1948 na França, Catherine Millet é fundadora e diretora da Art Press, uma das mais influentes revistas de arte francesas, além de autora de Arte contemporânea na França(1987) e Arte contemporânea: história e geografia (2006), entre outros livros. É especialistana obra do pintor espanholSalvador Dalí e do artista plásticoYves Klein. Conquistou milhões deleitores com o polêmico A vida sexual de Catherine M. (2001), marco na escrita feminina sobre sexo.

Onde Comprar

Os lugares mais baratos que encontrei foram: Cia dos Livros, por R$ 29,93 e Submarino, por R$ 30,50.

Mande a sua resenha!

Se você também quer participar da Resenha do Leitor, entre em contato pelo carla.martins16@gmail.com. Vou a-d-o-r-a-r! :)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Os melhores (e piores) do Leitura em 2009!

Vamos lá...Achei essa brincadeira demais! Ela foi proposta pelo Os Livros de Bia e, mais que rapidamente, corri para fazer a minha aqui no Leitura. Espero que vocês gostem! E sintam-se à vontade para reproduzi-la nos seus cantinhos!

Melhor livro de suspense:
Hannibal - a origem do mal (esse não tem resenha no Leitura ainda..aguardem!)

Melhor livro de romance:
O Guardião de Memórias - Kim Edwards

Melhor capa de livro:
Diga Trinta e Três - Nick Trout (porque um cachorro com a mesma raça do meu está na capa...adorooo!!! Coisa de mãe coruja.)

Pior capa do ano:
Longe Daqui - Amy Bloom

Autor surpresa do ano:
Corinne Hoffmann (autora de A Masai Branca, Back from Africa e Reunion in Barsaloi)

Livro decepção:
No País de Obama - Rodrigo Alvarez

Melhor personagem feminina:
Alice (de Para Sempre Alice)


Melhor personagem masculina:
Veltchaninov, em O Eterno Marido

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Esse blog daria um livro!

Recebi esse selinho da Elaine, do Um pouco de mim.

As regrinhas:

Responder à pergunta: Se sua vida fosse um livro, que tipo de livro seria?

Essa é fácil, uma biografia, claaaaaro! :)

E, por falar em biografia, quero compartilhar com vocês meu primeiro presente de 2010:

Eis que chego em São Paulo, com a baianidade nagô à flor da pele e cheia de energia para meu primeiro dia de trabalho do ano novo. Começo a ler meus e-mails e aprovar os comentários deixados no blog durante meus dias de recesso. Um desses comentários me deixou passada! O autor de Meu Caro H, a última resenha publicada aqui no Leitura, escreveu agradecendo pela resenha e oferecendo sua nova obra, Te Espero o Tempo que for.

A internet não é genial? Quando, em um mundo offline, esse encontro seria possível? As resenhas nunca seriam descobertas pelo autor e, mesmo que fossem, não teria um meio de encontrar seus autores. Na internet, tudo isso é possível e de uma maneira rápida e fácil.

Por mais que eu use e que atá trabalhe com internet, todas as portas abertas por ela ainda conseguem me surpreender. E, para mim, esse é um ótimo sinal: 2010 será cheio de boas surpresas, como foi 2009!


Mas, voltando ao selinho, meus indicados são: