sexta-feira, 31 de julho de 2009

A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak - Intrínseca

A Menina que Roubava Livros é uma daquelas leituras que merecem um "Poxa!!!" quando fechamos o livro, depois de terminada a última página. A menina que roubava livros roubou mesmo livros, mas também roubou sua vida da morte, narradora da história, por três vezes.

A originalidade da obra já começa por aí: uma história contada pela morte. Mas isso é só o começo.
O livro começa devagar, chega a ser cansativo e dá aquele medo de ser frustrante. Mas, ao chegar mais ou menos na metade comecei a me envolver, a querer saber o que acontecia depois, a sentir raiva, pena, amor e arrepios conforme as linhas iam passando.
E a narradora, que tememos mais do que tudo, é terna, sensível e chega a parecer um ser anjelical. No final, a sensação era completamente oposta àquela do começo da leitura. Não é à toa que está na lista dos mais vendidos.

Qual o assunto do livro?

O livro aborda a vida de Liesel, uma menininha pobre que serve como pano de fundo para um todo muito maior, uma das maiores vergonhas da humanidade: o nazismo. Conforme sua vida é contada, o tema também vai sendo abordado, com uma sutiliza que faz o leitor se surpreender e se envolver cada vez mais. Parece que as palavras foram pensadas mil vezes antes de serem escritas, para garantir as escolhas certas.


A morte impresisona-se com Liesel Meminger, que consegue tapeá-la três vezes, e decide, então, contar sua trajetória.

E mesmo com tudo o que já foi falado sobre a Segunda Guerra, seja em livros, filmes, documentários, músicas, poesias, A Menina que Roubava Livros chega com uma abordagem completamente diferente do resto.
São tantas as mensagens transmitidas no livro, que a leitura torna-se extremamente rica e incapaz de ser esquecida.

Um livro diferente. Um livro intenso. Um livro marcante. Assim é A Menina que Roubava Livros.


Para terminar, deixo uma frase da narradora e ceifadora de vidas:


“Os seres humanos me assombram”.


Agora, pense comigo, se até a Morte é assombrada pelos seres humanos....imaginem nós, pobres mortais. Vale repensar, vale refletir.

Coloquei essa frase aqui porque, quando a li, fique uns cinco minutos parada, apenas pensando nela. Reflexão: outro ponto importante que o livro desperta nos leitores.

Quando comecei o livro e soube quem narrava a história, logo fiquei curiosa para saber quando Liesel foi levada por ela. Morreu jovem? Morreu velhinha? Era imortal? Bom, para ter essa resposta, só lendo o livro... :)


Sobre o Autor


Markus Zusak tem apenas 32 anos e cresceu ouvindo histórias a respeito da Alemanha Nazista, sobre o bombardeio de Munique e sobre judeus marchando pela pequena c
idade alemã de sua mãe. Ele sempre soube que essa era uma história que ele queria contar.

"Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos e dos ‘Heil Hitlers‘ e essa idéia de que todos na Alemanha estavam nisso juntos. Mas ainda havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras e pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro lado da Alemanha Nazista", disse Zusak numa entrevista com o The Sydney Morning Herald.

Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de A Menina que Roubava Livros, ele foi batizado como um ‘fenômeno literário‘ por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do prêmio de quatro livros para jovens: The Underdog, Fighting Ruben Wolfe, Getting the Girl, Eu Sou o Mensageiro, receptor de um 2006 Printz Honor por excelência em literatura jovem. Markus Zusak vive em Sydney.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Design para a Internet: Projetando a Experiência Perfeita - Felipe Memória - Elsevier

O livro é bem legal e é indicado tanto para profissionais de internet experientes quanto para os iniciantes. Memória dá dicas preciosas para quem está começando, mas também apresenta cases e pesquisas que são de grande valia para quem já atua no mercado, seja como designer, como arquiteto de informação (meu caso!), como programador ou como redator.

O livro trata do design centrado no usuário e fala muito da Globo.com, onde o autor do livro trabalhava na época em que escreveu a obra. É interessante, bem escrito, gostoso de ler. Sou suspeita para falar, porque sempre me espelhei no Memória, desde que comecei minha carreira de AI. Para me fazer entender melhor, peguei uma parte da introdução, com a qual fica mais fácil entender os temas abordados no livro e a linguagem fácil e coloquial utilizada:

Se alguém me perguntar “Felipe, sobre o que é o seu livro?”, a resposta será que é sobre pontos importantes que devemos pensar na hora de projetar produtos de Internet.

Falaremos aqui sobre o processo de projeto de uma forma geral, sobre design de interfaces e testes de usabilidade. São questões fundamentais, que merecem toda a atenção. No entanto, vamos abordar também características que vão além do projeto do “objeto” e da facilidade de uso. São aquelas que mais importam para o produto, ou seja, que são capazes de proporcionar uma experiência agradável, fazendo com que as pessoas sintam-se felizes por usar aquilo tudo.

É este o ponto a que quero chegar: não basta projetar um site bonito e funcional para ter um produto de sucesso. O conceito do produto é a grande sacada. É a experiência que ele proporciona que conta mais do que qualquer outra coisa. Para que isso aconteça, é preciso explorar a característica que mais diferencia a Internet das outras mídias: a enorme quantidade de pessoas conectadas.

Contudo, para chegar aí, precisamos passar por questões que são a base de tudo na hora do projeto. Atualmente, a criação de um produto eficiente em geral começa com o envolvimento de diferentes especialistas, de equipes multidisciplinares. Veremos também como grandes empresas trabalham sua metodologia de projeto, como vêem a tão importante questão da inovação e como criam a documentação, necessária quando se trabalha com grandes equipes.

As soluções aqui mostradas são baseadas na minha experiência acadêmica e profissional, adquirida não só em projetos, mas principalmente no convívio e na troca de idéias com pessoas mais experientes. Baseiam-se também em exemplos e estudos de caso sobre grandes empresas do mercado como Yahoo!, Google, Ideo, BBC, Amazon.com, Globo.com, America Online, entre outras.


Se você adora internet, trabalha com ela ou simplesmente é um curioso da área, o livro está mais do que recomendado!

Sobre o Autor

Felipe Memória trabalha com internet desde 1997 e, em 2003, passou a ser Interaction Designer da Globo.com. Hoje atua na Huge, em Nova Iorque.

É Mestre em Design com ênfase em Ergonomia, Usabilidade e Interação Humano-Computador e, quando ainda morava aqui no Brasil, lecionava na PUC Rio, onde formou-se em 2000 e onde, depois, tornou-se mestre.

Publicou seu único livro em 2005 e, em 2007, escreveu na quarta-capa do último livro do Jakob Nielsen, grande nome da sua (e da minha!) área.

Leia mais sobre Felipe Memória. E, aqui, é possível saber mais sobre seu livro.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

E se você fosse um livro?

Faça esse teste e descubra que livro você é. Eu fiquei até espantada com o livro que saiu como resultado do meu teste. Quem lê sempre o blog, sabe que osu louca por biografias. Olha aqui o resultado:

Você é... "Carmen – Uma biografia", de Ruy Castro

Boa história é com você mesmo. Adora ouvir, contar, recontar. As de pessoas interessantes e revolucionárias são as suas preferidas. Tem gente que liga para você só para saber das últimas fofocas. E confesse: com seu jeitinho manso e detalhista, você dá aos fatos um sabor todo especial.

Além disso, não se contenta em reproduzir o que já foi dito. Por isso, se fosse um livro, você só poderia ser uma boa biografia, daquelas que faz os leitores deitarem na rede do fim de semana e se entregarem às peripécias de uma grande personagem. Aliás, você já pensou na profissão de repórter? Ou de escritor?

"Carmen – Uma Biografia" (2005), sobre Carmen Miranda, é uma das aclamadas biografias publicadas por Ruy Castro, também jornalista e tradutor, considerado um dos maiores biógrafos brasileiros.

Não é perfeito? E, detalhe, eu sou jornalista! Leiam a última frase do resultado e pasmem!

Agora, mecham-se e me contem o resultado dos testes de vocês!

Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia - Nelson Motta - Objetiva

O livro que narra a vida desvairada e cheia de aventuras, dificuldades e falta de planejamento de Tim Maia é grande e, confesso, gerou um certo receio de ser mais um livro puxa-saco e lotado de adjetivos, com informações verdadeiras de menos e forçação de mais.

Comecei a leitura e, logo no início, vi que o livro ia fluir, de tão engraçado, objetivo e desbocado que era, assim como era Tim Maia. Quando terminei o livro, alguns dias depois, pensei: Mas já? Ah, conta mais um pouquinho, vai?

A leitura é tão gostosa e a vida dele foi tão cheia de aventuras, alegrias e passagens dignas de serem eternizadas que, se eu não lembrasse nitidamente de Tim Maia cantando com seu vozeirão e reclamando do som, acharia que o personagem do livro não poderia ter existido. Porque Tim Maia foi, realmente, único. Mais fácil acredita que ele tinha sido inventado do que assimilar que ele nasceu em uma família normal, cresceu e se tornou aquela coisa robusta, de voz grave e sem papas na língua.
Apesar de ter sido escrito com paixão, o livro fala de tudo: do envolvimento com as drogas, das crenças sem pé nem cabeça, da inveja do amigo magro e bonito, que depois seria chamado de Rei e de tantas outras coisas que vale a pena guardar para ser surpreendido durante a leitura.

Uma experiência ótima, que mostra como é a vida de alguém que escolhe viver, sempre, no limite. Alguém que era, acima de tudo, generoso, carente e cheio de medos. Super recomendo!

Nas minhas buscas pelo google, achei o site oficial do livro. Vale a pena conferir!

Tim Maia

Pai da soul music brasileira, Tim Maia começou na música tocando bateria, mas logo passou para o violão. Em 1957, fundou no bairro carioca da Tijuca o grupo de rock Os Sputniks, do qual participaram Roberto e Erasmo Carlos. Em 1959, foi para os Estados Unidos, onde estudou inglês e entrou em contato com a soul music, chegando a participar de um grupo vocal, o The Ideals.

Em 1969, foi chamado para gravar em dueto com Elis Regina a sua composição “These Are The Songs” no disco da cantora. A projeção rendeu um convite para um LP, “Tim Maia” (1970), que obteve grande sucesso graças às músicas “Primavera” (de Cassiano) e “Azul da Cor do Mar” (de Tim). Nos anos seguintes, mais discos e mais sucessos, como “Não Quero Dinheiro (Só Quero Amar)”, “Réu Confesso”, “Gostava Tanto de Você” (Edson Trindade).

Em 1975, convertido à seita Universo em Desencanto, gravou os dois volumes “Tim Maia Racional”, por sua própria gravadora, a Seroma. No ano seguinte, estava de volta à Polydor e ao repertório secular. Mais sucessos seguiram: “Sossego” (do LP “Tim Maia Disco Club”, de 1978), “Descobridor dos Sete Mares” (faixa-título do LP de 1983, que também trouxe “Me Dê Motivo”) e “Do Leme ao Pontal” (de “Tim Maia”, 1986).

Descontente com as gravadoras, Tim retomou a idéia da editora Seroma e da gravadora Vitória Régia Discos, pela qual passou a fazer seus lançamentos. Regravado por artistas do pop (Paralamas do Sucesso, Marisa Monte), Tim retribuiu a homenagem gravando “Como Uma Onda”, de Lulu Santos e Nelson Motta, que foi grande sucesso nos anos 90, juntamente com seu álbum ao vivo, de 1992.

De Jorge Ben Jor, ganharia o apelido de “síndico”, na música “W Brasil”. Ao longo da década, Tim gravaria discos de bossa nova (um deles com Os Cariocas) e de versões clássicos do pop e do soul (“What a Wonderful World”). Em 1998, no show no Teatro Municipal de Niterói, que seria gravado para um especial de TV, o cantor sentiu-se mal, vindo a falecer uma semana depois. No ano seguinte, seria homenageado por vários artistas da MPB num show tributo, que se transformou em disco, especial de TV e vídeo.

Sobre o autor

Nelson Motta se autodefine como um falso carioca, nascido em São Paulo, em 1944. É jornalista, compositor, escritor, roteirista e produtor musical. Autor de canções de sucesso como Dancing Days (com Ruben Barra) e Como uma onda (com Lulu Santos), Nelsinho integrou durante oito anos a mesa do programa Manhattan Connection, da GNT/Globosat. É dele o best-seller Noites Tropicais, que vendeu mais de 75 mil cópias. Escreveu também O canto da sereia e Nova York é aqui, entre outros.

Não sei vocês, mas acho que esse livro ainda vira um filme...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Um selinho para mim, a dona do blog! :)

Obrigada à fofíssima Morena Mell, do Romanticon Elloras, que me presenteou com esse selinho lindo! Vamos às perguntas que vêm junto com o selinho:
Quando você recebe comentários, o que sente?
Sinto que meu blog está cumprindo o objetivo de transmitir / compartilhar informações importantes para os leitores. Os comentários são a única maneira que os escritores de blogs têm de saber o que os demais usuários pensam e sentem ao lerem os posts.

Você costuma visitar as pessoas que te visitam?
Sempre.

Se você tivesse que escolher uma única blogueira para descrever o exemplo de atenção para com as amigas, qual seria?
A Dri Viaro, que tem sempre entre 50 e 100 comentários em cada um de seus posts e, mesmo assim, arruma tempo para visitar e deixar um recadinho para quem sempre comparece no seu cantinho.

Todas as blogueiras você conheceu pela internet ou tem alguma que você conhece pessoalmente?
Só pela internet.

O selinho vai para:

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Fogos nas Entranhas - Pedro Almodóvar - Dantes

Podia virar um filme típico de Almodóvar. E iria ficar ótimo, com certeza! A história é surreal e engraçada demais, como não poderia deixar de ser. Ele é exatamente o que Regina Casé, no prefácio "Calor na Bacurinha" (achei um título abrasileirado à altura!), descreve: um livrinho safado! E, ainda:

É um livro alegra, vulgar
Excitante que dá vontade
De rir e de dar

A Regina Casé não é ótima!? Acho que o prefácio não poderia ter sido escrito por alguém melhor para perfil do livro.

E, claro, o livro. Não vou contar muito para não perder a graça. Ele é bem pequeno e dá para ser lido em um dia. Portanto, corram para a livraria mais próxima!
A história se passa em Madri e o fogo está todo nas entranhas das mulheres madrilenhas, que ninguém segura! Mas, além das mulheres, sempre assunto central das obras de Almodóvar, o livro conta a história de um chinês doido demais, que venceu na vida com sua fábrica de absorventes íntimos. Mais do que isso, é tirar a graça do livro.

É ler para rir. E adorar!

Sobre o Autor

Pedro Almodóvar é o grande cineasta espanhol que emergiu da cena da movida madrilenha nos anos 80. Almodóvar nos brindou com filmes como "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Kika", "Carne trêmula", "Fale com ela" e "Má educação". "Volver", seu filme mais recente, foi um dos carros-chefe do Festival do Rio 2006.

Diretor, roteirista, compositor e ator, Pedro Almodóvar é o diretor espanhol mais famoso desde Luis Buñuel e Carlos Saura.

Ele nasceu em Calzada de Calatrava, La Mancha, Espanha em 1951. Sua família emigrou para Extremadura quando ele tinha oito anos e lá ele estudou com os Salesianos e os Franciscanos. Sua má educação religiosa apenas o ensinou a perder a fé em Deus. Durante esse tempo, em Caceres, ele começou a ir ao cinema compulsivamente.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Memórias de Minhas Putas Tristes - Gabriel García Márquez - Ed. Record

Acabei de ler Memórias... pela segunda vez em um ano. Da primeira vez, peguei o livro emprestado com um colega de trabalho porque a vontade de ler a obra já seguia comigo há anos. Li o livro em alguns dias e simplesmente me apaixonei pela escrita do autor e pela história criativa e maravilhosa.

E, desta segunda vez, foi depois de fazer comprinhas tudodebom em sebos, como contei neste post. Uma das aquisições foi Memórias... e, assim que acabei de ler Longe Daqui, comecei a releitura da obra. A experiência, desta segunda vez, foi mais rica que a primeira, como era de se esperar.

E a história de um homem que se apaixona pela primeira vez aos 90 anos por uma menina de 14 que (detalhe!) ele nunca viu acordada mexeu ainda mais comigo. Memórias de Minhas Putas tristes é uma obra-prima, que é leitura obrigatória para todos aqueles que têm a leitura como um de seus hábitos favoritos.

Velhice e amor

Esses são os dois temas principais do livro. O romance é curto, mas traz muitas questões sobre o sentido da vida e o que fazemos dela, sobre o que realmente importa e sobre o sentimento mais nobre do mundo, que pode dar sentido para uma vida inteira de vazios: o amor.

Outra característica do livro é que os dois personagens principais, e só eles, não têm nome. Para mim, o significado está no fato de que todos nós somos seres amantes e seres amados, então, por que nomear?

Prêmio Nobel de Literatura

Gabriel García Márquez, autor colombiano, recebeu o Prêmio Nobel de Literatura pelo seu livro Cem Anos de Solidão, que se tornou tão importante para a literatura hispânica que a Real Academia Española subsidiou uma edição de luxo, com preço bem mais acessível, para divulgar a obra.

Eu ainda não li Cem Anos de Solidão, mas está na minha lista de próximas aquisições!

Sobre o Autor

Gabriel García Márquez nasceu em 6 de março de 1927. É um escritor colombiano, jornalista, editor e ativista político.

Em 1982 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura por sua obra, que entre outros livros inclui o aclamado Cem Anos de Solidão.

Foi responsável por criar o realismo mágico na literatura latino-americana.Viajou muito pela Europa e vive atualmente em Cuba, lutando contra um câncer. É pai do realizador Rodrigo García.

Em 1 de abril de 2009 declarou que se aposentou e não pretende escrever mais livros.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Vida Dupla - Rajaa Alsanea - Nova Fronteira

Como já mencionei em outro post, sou louca por livros que contam histórias sobre a vida de mulheres no Oriente Médio. Tenho um monte, já li um monte e sempre que sei de um lançamento, já fico com coceira no bolso. :)

Mas, hoje é a vez de Vida Dupla, que possui um formato completamente diferente dos livros semelhantes existentes no mercado. No livro, os e-mails cumprem um papel importante na narrativa, fazendo os leitores de outras partes do mundo perceberem o abismo que há entre a modernidade típica das novas gerações globalizadas e a cultura secular de seu país. A história foi escrita a partir de 50 emails que eram enviados semanalmente pela autora às integrantes de um grupo de bate-papo online.

O acesso a tanta informação acabou por fomentar a ocidentalização dos mais novos, que puderam experimentar uma vida sem tanta desigualdade entre os sexos. Mesmo assim, os costumes e a cultura tradicionais continuam, na maioria das vezes, a ditar as regras.

Prova disso é o escândalo que o lançamento do livro provocou, em 2005. Isso porque a autora expôs a vida social, a intimidade e os desejos das protagonistas, quatro jovens e ricas sauditas que realmente existem e fazem parte do círculo de maigas de Rajaa. A polêmica no mundo árabe girou em torno da linguagem (extremamente coloquial) utilizada e da reprodução de trocas de e-mails entre amigas.

Minha Opinião

Eu adorei o livro e acabei o exemplar rapidinho. A linguagem é jovial, bem simples, primando sempre pela objetividade e, por isso, não cansa. Diferentemente dos outros livros sobre o oriente Médio, Vida Dupla mostra claramente que, apesar da cultura tradicional e enraizada, as mulheres que chegaram depois do advento da internet, principalmente, buscam seu lugar no mundo como nós fazemos por aqui, têm dignidade, são felizes e lutam pelos seus direitos com a cabeça erguida.

Agora, ao invés de pensar que só existem mulheres tristes, sem dignidade e cheias de sogrimento, sei que elas ainda são a maiorira, mas que já existem mulheres livres, globalizadas, antenadas com a realidade do mundo, primeiros passos para o fim da desigualdade.

Li uma frase que resume bem o livro:

Baseado em histórias reais de colegas da universidade, Vida Dupla fala de sexo antes do casamento, de garotas que se travestem para dirigir carros e personagens regados a álcool - uma ficção pop sobre a distância abissal entre as leis islâmicas e a influência dos hábitos ocidentais.

Cadê a Liberdade de Expressão?


Quando publicado, o livro foi imediatamente banido da Arábia Saudita, mas passou a circular em cópias piratas. (Afe!!!)

Sobre a Autora

Rajaa Alsanea é endodontista. Nasceu em Riad há 25 anos e passou a receber mensagens eletrônicas de fanáticos e ameaças de morte de fundamentalistas depois que lançou seu primeiro romance.

Nele, Rajaa conta a história de quatro jovens muçulmanas da alta classe média na Arábia Saudita, que passariam por garotas normais no Ocidente, mas consideradas corrompidas na sociedade islâmica em que vive a autora.

Confira uma entrevista com a autora, na qual ela conta tudo o que pensa sobre a cultura e o tradicionalismo do seu país.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Selo: masterblog!

Ganhei esse selinho mega criativo (adorei!) da Mari, do Amores e Suspiros. Como regra, preciso citar 5 caractéristicas minhas:
  • Organizada
  • Sensível
  • Alegre
  • Determinada
  • Feliz
E aí vão os 5 blogs paera so quais ofereço o selinho:

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O Eterno Marido - Fiódor Dostoiévski - Editora 34

Comprei esse livro porque sempre quis ler Dostoiévski e (olha a sinceridade!) também porque ele estava mega baratinho na feita do livro, na USP, ano passado

A história é ótima e gira em torno de uam dúvida. Pavlovitch era um antigo amigo do personagem principal, Veltchaninov. A mulher do amigo era amante de Veltchaninov e, quando ele reencontra seu amigo, depois da morte da ex amante, vê que eles têm uma filha e logo começa a cogitar a hipótese de ser o pai da menina.

O amigo traído mantém um tom irônico durante toda a trama, que faz a vontade de ler a próxima linha crescer, para tentar descobrir se ele já sabia de tudo ou não.

Os aspectos psicológicos dos personagens, os diálogos fortes, bem contruídos e inteligentes, bem como o suspense que vai crescendo com o decorrer da história são os pontos fortes da obra. O humor negro, sempre presente nos escritos do autor, está também presente em O Eterno Marido.

Sobre o Livro

Foi escrito em 1870, em plena maturidade do autor. Muitos criticos, como André Gide , consideram-no uma dos mais bem acabados romances curtos de Dostoiévski.

Sobre o Autor

Fiódor Mikhailovich Dostoiévski (1821 - 1881), foi um dos maiores escritores da literatura russa. Epilético, teve sua primeira crise depois de saber que seu pai fora assassinado. Sua primeira produção literária, aos 23 anos, foi uma tradução de Balzac ("Eugénie Grandet").

No ano seguinte escreveu seu primeiro romance, "Pobre Gente", que foi bem recebido pelo público e pela crítica.
Em 1849 foi preso por participar de reuniões subversivas na casa de um revolucionário, e condenado à morte. No último momento, teve a pena comutada por Nicolau 1o e passou nove anos na Sibéria, quatro no presídio de Omsk e mais cinco como soldado raso.

Descreveu a terrível experiência no livro "Recordações da Casa dos Mortos" e em "Memórias do Subsolo".
Entre suas obras destacam-se: "Crime e Castigo", "O Idiota", "O Jogador", "Os Demônios", "O Eterno Marido" e "Os Irmãos Karamazov". Publicou também contos e novelas.

Criou duas revistas literárias e ainda colaborou nos principais órgãos da imprensa russa.
Seu reconhecimento definitivo como escritor universal surgiu somente depois dos anos 1860, com a publicação dos grandes romances: "O Idiota" e "Crime e Castigo". Seu último romance, "Os Irmãos Karamazov", é considerado por Freud como o maior romance já escrito.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Selo: leitura de qualidade, sim!

Olá, gente! Hoje o post vai para mais um selinho fofíssimo que ganhei de três queridas: da Natália queridíssima, do Meninas da Bahia, da Ariadne, do Mil Pedaços, da Llili, do Nossos Romances e da Lyani. Desculpem-me por eu só ter postado o presente agora, mas é que a correria já virou parte integrante desse mês de julho. Afe!

A regra é contar qual leitura marcou mais minha vida. Entre tooooodos os livros que já li, fica difícil escolher um só. Então, vou citar dois, mas tenho certeza que minutos depois de postar esse texto lembrarei de vários outros. Lá vai:


Ensaio sobre a Cegueira, Dom Casmurro e A Princesa


Agora, vou indicar alguns blogs que oferecem leitura de qualidade:

Um pouco de mim...
Palácio Lilás
Estante de Livros
Máquina de Letras
Leitura nossa de cada dia

sábado, 4 de julho de 2009

Para Sempre Alice - Lisa Genova - Nova Fronteira

"Quando não há mais certezas possíveis, só o amor sabe o que é verdade"

Desde que li a resenha da Bia sobre o livro fiquei louca de vontade de ler. A capa, o nome e a frase que resume a obra me tocaram de uma maneira forte e diferente. Assim que o livro chegou em casa, comecei a acelerar a leitura anterior (Memórias de Minhas Putas Tristes) para terminá-la logo e começar a ler Para Sempre Alice.

Depois que li a orelha, a introdução e os agradecimentos, ritual com o qual me acostumei antes de iniciar a leitura de qualquer livro, simplesmente fui absorvida por uma vontade enorme de engolir as páginas. Li o livro em quatro dias e, quando não estava lendo, estava pensando na história, contando para os amigos ou esperando ansiosamente a hora que eu conseguiria sentar novamente e continuar a descobrir o que mais Alice estava sentindo, pensando, passando.
Antes de continuar, um aviso:
Essa resenha será bastante passional, porque eu simplesmente me apaixonei pelo livro e virei fã da autora, por sua competência, por sua pesquisa, pelo jeito com que escreve e por sua delicadeza.
Para Sempre Alice é, sim, uma história que deve ser contada e é, mais ainda, uma história que deve ser lida. Seja para conhecer mais o Mal de Alzheimer, uma doença cruel, degenerativa e sem cura - o que já é suficiente para causar uma dor arrebatadora nas pessoas que descobrem ser portadoras da doença - seja para ler uma história muito bem escrita e que toca profundamente o leitor.

Para começar a leitura...

 ...é importante saber que Alice, a personagem central da trama - a quem aprendemos a amar e por quem torcemos desde as primeiras páginas até a última linha do livro - é uma mulher de 50 anos, que começa a esquecer pequenas coisas, até perceber que essas pequenas coisas tornaram-se grandes demais para serem apenas sinais de cansaço ou rotina agitada. Então, Alice procura um médico sem contar à família, por estar acostumada a ser independente e resolver seus problemas de maneira prática e objetiva. O diagnóstico inesperado de sua doença altera para sempre sua vida e sua maneira de se relacionar com a própria família e com o mundo.

Para homens e mulheres, de maneiras diferentes 

Acho que o livro chega a ser necessário a todos aqueles que têm familiares ou conhecem alguém com o Mal de Alzheimer. A história toca pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, mas de maneiras diferentes. Acredito que os homens se identificarão mais com John, marido de Alice, que sofre por ver sua mulher tão admirada e independente definhar e piorar a olhos vistos, ao mesmo tempo em que precisa fazer concessões em sua carreira e em suas maiores paixões para cuidar da companheira e lutar, junto com ela, por uma vida feliz, com dignidade e com o máximo de "Alice" possível.

Já para as mulheres, principalmente aquelas que trabalham e que exercem diversos papéis na sociedade - mãe, esposa, profissional, amiga, dona de casa - o livro toca porque você sente na pele - sim, comigo chegou a ser físico, de tanta dor e pesar que eu sentia enquanto lia - o que uma doença como essa pode fazer com uma pessoa. Se eu fosse diagnosticada com o Mal de Alzheimer de instalação precoce, sentiria e passaria, certamente, exatamente pelas mesmas coisas que Alice.

 

Porque é tão especial

Para mim, o livro foi tão especial porque retrata a doença do ponto de vista do paciente. Isso é uma forma esclarecedora e até revolucionária de tratar esse mal, já que, como a doença faz com que os pacientes se esqueçam de tudo, a gente só tem informações sobre os cuidadores, sobre como agir com quem possui o mal, sobre os sintomas e sobre os avanços no tratamento. E sobre quem possui a doença? E sobre o que eles passam nesse período de transição? E sobre os lapsos que ocorrem nesse processo?

As pessoas acabam esquecendo que a doença toma conta do cérebro aos poucos e simplesmente ignoram os pacientes, como se só quem cuida e convive com um portador de Alzheimer precisasse de conforto, informações e auxílio. Até piorar e esquecer as informações mais importantes de sua vida, Alice ainda lembrava-se que tinha uma carreira, que tinha uma família e que tinha Alzheimer, mas precisou decidir como criar um plano para sua vida sozinha, já que não enconotrou ajuda especializada para pacientes, só para cuidadores.

Outro ponto forte do livro é a ausência de explicações óbvias, que muitos autores insistem em fazer, mas que Lisa deixa a cargo dos leitores, sem menosprezar sua inteligência. Por exemplo, no final do livro, aparece uma personagem nova, a Carola. Ao ler algumas linhas do epílogo, fica óbvio que Alice piorou um pouco mais e que, por John não estar mais por perto a todo momento, foi preciso contratar uma pessoa para cuidar de Alice enquanto seus filhos estivessem fora de casa. Mas Lisa não diz efetivamente quem é Carola, e, para que dizer?

E um detalhe que fez com que eu admirasse ainda mais a autora foi a maneira de construir o livro, exigindo que o leitor tivesse "boa memória", exercitando-a a todo momento. Isso porque ela conta alguns casos sem muitas explicações e sem um final efetivo. E depois, muitas páginas a frente, você acaba sabendo o que realmente aconteceu por meio de um diálogo qualquer. Eu, pelo menos, identificava na hora que aquelas eram as informações que faltavam do episódio lido a pouco. Achei esse detalhe divino, tendo em vista que o livro trata de uma doença que afeta a memória. Ge-ni-al!!!

 

O Mal de Alzheimer

O Mal de Alzheimer é a forma mais comum de demência. Esta doença degenerativa, até o momento incurável, foi descrita pela primeira vez em 1906 pelo psiquiatra alemão Alois Alzheimer, de quem herdou o nome. Esta doença afeta geralmente pessoas acima dos 65 anos, embora o seu diagnóstico seja possível também em pessoas mais novas do que esta idade.

Em 2006 o número de portadores de Alzheimer diagnosticados era cerca de 26.6 milhões de pessoas no mundo inteiro.

Cada paciente de Alzheimer sofre a doença de forma única, mas existem pontos em comum, como a perda de memória. Muitas vezes os primeiros sintomas são confundidos com problemas de idade ou de stress. Quando é suspeitado o Alzheimer, o paciente é submetido a uma série de testes cognitivos.

Com o avançar da doença vão aparecendo novos sintomas como confusão, irritabilidade e agressividade, alterações de humor, falhas na linguagem, perda de memória a longo prazo e o paciente começa a desligar-se da realidade. As suas funções motoras começam a perder-se e o paciente acaba por morrer. Antes de se tornar totalmente aparente, o Alzheimer vai-se desenvolvendo por um período indeterminado de tempo e pode manter-se invisível durante anos. Menos de três por cento dos diagnosticados vivem mais de 40 anos depois do diagnóstico.

Vale a visita a um site muito legal que encontrei na internet sobre o assunto. Aqui você encontra depoimentos e muita informação importante. 
Sobre a AutoraLisa Genova é ph.D. em neurociência pela Universidade Harvard e escreve uma coluna virtual para a Associação Nacional de Alzheimer. Ela vive com sua família em Massachusetts. Para sempre Alice é seu primeiro livro.

Para Sempre Alice é feito, essencialmente, de pura matéria-prima humana e, por isso, ficara para sempre em minha memória. Porque tem livros que são assim, inesquecíveis. Que bom que o escolhi para ler e, agora, poderei guardá-lo na parte das memórias solidificadas do meu cérebro. :)

Para mais informações, não deixe de acessar o site oficial de Para Sempre Alice.


"De alguma forma e apesar de tudo, Alice é para sempre".

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Selinho sonoro!! :)


Ganhei esse selo super legal do blog Minha Literatura Agora. Vamos às regrinhas:


01- A primeira música que lhe veio à cabeça agora

We are the world, do falecido (será que é porque ninguém pára de falar nele???)


02- Uma música para curtir com a paquera,namorado(rido)(a)/amante/amigos com benefícios...

Todas do Los Hermanos


03- Uma música muito romântica(o que se pode dizer de:'seu tema de amor'

Como é grande o meu amor por você (interpretada por qualquer cantor, menos pelo Roberto Carlos)


04- Uma música para tirar a roupa

Ai, não lembro o nome...


05- Uma música para uma boa transa

Na boa, pra que música nessas horas?


06- Um música

O anjo mais velho - Teatro Mágico





07 - Uma música que saiu do lixo ou para jogar no lixão

Funk, porque fazer uma música cheia de erros de português me dá vergonha alheia


08-Uma música que você ama,mas o DJ insiste em não tocar na balada

Samba


09-Uma música da hora(música que está na moda e você adora)

A nova do Samuel Rosa (não lembro o nome)


10-A música que você mais gosta em todo mundo(que exagero!)

More than Words - Extreme


Os blogs presenteados são:

Mata Hari e 007

Lucia in the Sky

Um pouco de mim...