quinta-feira, 30 de abril de 2009

Design para quem não é Designer - Robin Williams - Ed. Callis

"Esse livro se destina a todos que precisam criar páginas mas não têm nenhum tipo de treino formal em design. Não me refiro apenas àqueles que estão criando embalagens incríveis ou folhetos extensos: falo das secretárias cujos chefes, hoje em dia, solicitam que elas criem os jornais informativos (newsletter); dos voluntários religiosos que estão montando materiais com informações sobre suas congregações; dos pequenos empresários que estão criando seus próprios anúncios; dos estudantes que compreendem que trabalhos com uma boa aparência pode significar uma nota melhor; dos profissionais que têm consciência de que uma apresentação interessante conquista mais respeito; dos professores que aprenderam que os alunos reagem de maneira muito mais positiva às ibnformações expostas de maneira mais estética; dos profissionais da área de estatística que estão notando que os números e as porcentagens podem ser organizados de maneira a convidarà leitura e não a dormir".


Livro bom, didático e que serve para todos aqueles que utilizam e/ou trabalham com computadores. Ensina de forma competente o feijão com arroz, prendendo a leitura e o interesse de quem não utiliza esses ensinamentos diariamente. É ideal para designers gráficos, mas acrescenta muitas noções importantes para pessoas de todas as áreas. Eu, que trabalho com internet, aprendi bastante coisas legais que podem acabar interferindo no meu dia-a-dia profissional.

O livro trata da apresentação de conteúdos: alinhamento, fonte, organização, forma, direção. Ensina a fazer cartões de visitas,envelopes, papéis timbrados, convites, newsletters, diagramação de textos...eu achei bem útil e aprendi coisas importantes que desconhecia completamente. Afinal, mesmo que você não trabalhe diretamente com design, quem é que nunca tentou fazer um convite de aniversário para enviar aos amigos por e-mail?

Sobre a Autora
Robin Williams (não, não é o ator e sim, é uma mulher!) vive no alto deserto do México, logo depois de Santa Fé, em uma propriedade de muitos acres. Ela vê o nascer-do-sol todas as manhãs e o pôr-do-sol todas as tardes. Seus filhos cresceram e foram embora e ela escreve sobre vários temas, além de informática. Ela tanbém viaja para lugares pitorescos do mundo, acreditando que a vida contuinua a ser uma grande aventura.

Gemte, essa descrição eu copiei do próprio livro, que tenho aqui na minha humilde biblioteca de casa, e não lembro de ter lido uma descrição que cause mais inveja nos leitores, que acordam cedo todo dia, vão trabalhar e perdem tanto o nascer quanto o pôr-do-sol. Conhecer lugares pitorescos do mundo, então, fica mais difícil ainda. Humpf!

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Patty Diphusa - Pedro Almodóvar - Azougue Editorial

"Patty é desse tipo de mulhe que não suporta estar mais de cinco minutos com o mesmo penteado, nem com o mesmo modelito".

Patty Diphusa foi o livro de estréia do consagrado e talentosíssimo cineasta Pedro Almodóvar. Antes de virar livro, Patty foi publicada como uma série de contos na revista espanhola La Luna. Como diz Ana Luíza Beraba, na introdução do livro, é com um senso de humor imperturbável e despretencioso que conhecemos essa personagem.

O livro relata as memórias da assanhada Patty Diphusa, estrela pornô internacional, que é convidada a relatar suas memórias devassas em uma revista pós-moderna. Então, ela conta suas experiências íntimas e reflete sobre a cena de Madri na década de 1980, regada a sexo e drogas.

Assim como toda a obra de Almodóvar, seja livro, seja filme, seja peça de teatro, Patty Diphusa é colorida, é engraçada, é humana, completamente humana. Ler Patty é rir, é conhecer um pouco mais da genialidade de Almodóvar, é entrar em um mundo a parte, o mundo de Patty.

Sobre o Autor

Pedro Almodóvar é o grande cineasta espanhol que emergiu da cena da movida madrilenha nos anos 80. Almodóvar nos brindou com filmes como "Mulheres à beira de um ataque de nervos", "Kika", "Carne trêmula", "Fale com ela" e "Má educação". "Volver", seu filme mais recente, foi um dos carros-chefe do Festival do Rio 2006. "Patty Diphusa" pertence à época (anos 80) em que Almodóvar se desdobrava como autor de contos, quadrinhos, fotonovelas e curtas-metragens, além de cantor.

domingo, 26 de abril de 2009

Me dá o teu contente que eu te dou o meu - Cristina Mattoso (org.) - Ed. Verus

Li em um dia e ainda reli algumas páginas depois, para rir mais um pouco. Eu já sabia que as crianças não tinham esse problema do "ser racional o tempo todo" ou "falar isso ou aquilo porque é politicamente correto". Mas não imaginava que todo mundo nasce poeta. Mas, aí crescemos e toda a poesia fica perdida em algum lugar dentro de nós.

O livro foi organizado pela Cristina Mattoso, publicado pela Verus Editora e ilustrado com desenhos de adolescentes da Fundação Síndrome de Down. Prometo que vou seguir o conselho publicado na introdução do livro e, quando eu tiver os meus filhos, compro um caderinho para anotar as pérolas que eles falarem. Deve ser demais ler tudo aquilo depois de alguns anos, né?

O livro é todo feito de falas engraçadas ditas por crianças, com toda a sua inocência, pureza e sinceridade. Essas frases foram organizadas em temas, para facilitar o leitor. Deus, Humor e Família são alguns dos temas da publicação.

Só para dar um gostinho

Aí vão alguns trechos do livro, para vocês morrerem de vontade de ler tudo e correrem para a livraria mais próxima:

"Felipe, que estava com uma infecção urinária, ao sentir muita dor, febre e dificuldade de urinar, protestou, chorando:
- Deus deve tá louco de me fazê tê tanta dor. Eu sou muito pequeno para sofrer tanto!"

"Querido Deus,
Eu aposto que é muito difícil para você amar todas as pessoas do mundo. Na nossa família só tem quatro pessoas e eu nunca consigo..." (da série Cartinhas para Deus)

"Cansado de tanto ter que obedecer, o menino perguntou, impaciente, para a mãe:
- Mamãe, até quando a gente é filho?"

"O garotinho, depois de abrir os presentes de Natal, comentou desanimado:
- Eu só ganhei pano!"

"Heloísa, muito brava com Carolina, coloca-a de castigo. Depois de algum tempo, a menina pergunta:
- Mãe, quando é que eu vou sair do castigo?
- Ah! Ana Carolina, eu tô muito zangada com você! Só quando Deus quiser!!!
Passa mais um tempinho, e a moleca diz com voz bem grossa:
- Helóíííííísa, aqui é o Deeeeeeus! Eu queeeeeeeeero que você tiiiiiiiira a Carol do castigo."

"Camila, ao rolar no assento de trás do carro devido a uma brecada brusca, reclama:
- Papai, não me derrama!"

O Corpo Fala - Pierre Weil e Roland Tompakow - Ed. Vozes

"O tema abrange a comunicação psicossomática inconsciente do próprio leitor - e por isso o fascina, diverte, desafia e esclarece ao mesmo tempo!"


Li O Corpo Fala há alguns anos e, desde então, nunca mais participei de uma reunião ou conversa da mesma maneira. Lembro que ouvi falar do livro durante uma aula na faculdade (sou formada em Jornalismo) e tinha ficado louca de vontade de ler. Uns dias depois, olhando a estante de livros do meu pai, quem eu vejo ali, paradinho e prontinho para ser lido? Ele mesmo! Tão perto de mim o tmepo todo e eu nem imaginava...


Logo de cara, já li na capa: "Com 314 ilustrações de expressão corporal". Claro que a vontade de começar a leitura só aumentou. Com tanta expectativa, as chances de decepção eram altas. Mas, pelo contrário, fiquei completamente envolvida e concentrada nos ensinamentos. O texto é divertido, tudo é exemplificado com ilustrações e toda a complicação do tema é genialmente destrinchada para uma linguagem didática.

Hoje eu acredito plenamente que a "linguagem silenciosa da comunicação não-verbal" diz muito mais do que as palavras, porque a linguagem não-verbal é insconsciente, não mente.

É muito legal acabar de ler um capítulo e perceber as mesmas coisas descritas na sua mãe, namorado e até nos colegas de trabalho.

No livro, os autores utilizam a esfinge como referência para “traduzir” a linguagem corporal. As três partes da esfinge mostram como o homem é dividido: o boi seria a referência para os instintos (ou desejos), o leão refere-se aos sentimentos e a águia estaria ligada aos pensamentos (ou consciência).

O ponto fraco do livro são algumas repetições desnecessárias, alguns erros de ortografia ealguns diálogos bem machistas nas ilustrações.

Alguns exemplos

Só para dar um gostinho, segue alguns exemplos de significados de expressões corporais:

1 - Mutismo: muitas vezes não podemos ou não queremos externar nossos sentimentos, e nosso corpo expressa isso quando: os lábios ficam presos entre os dentes, os braços ficam cruzados perto dos joelhos, como se o indivíduo estivesse se fechando, mão sobre a boca, entre outros.

2 - Desinteresse: quando estamos desinteressados em algo, nosso corpo rlaxa os músculos, não apresentadno tensão. Nomalmente projetamos o corpo para traz na cadeira ou sofá e esticamos as pernas.

3 - O que as mãos nos dizem:

• Direita = é a “mão da ação”

Esquerda = é a “mão do sentimento”
• Fechadas = agressão, ódio, insegurança
• Abertas = afastar o perigo, a ameaça ou oferecer, concordar
• Mãos cruzadas para trás = não se concorda com o alvo da discussão
• Mãos na frente da boca = deseja falar algo mas não sabe como fazer...
• Mãos sobre a mesa = dedicado aos negócios ou querendo negociar Demonstração de sinceridade e honestidade
• Mãos juntas sobre o colo ou estômago = um gesto de proteção
• Mãos nos quadris = provocativo ou duro, entretido ou ansioso para entrar no assunto principal
• Mãos nos bolsos = estar em contato com o próprio corpo, reconfortador, busca de equilíbrio frente a uma possível insegurança
• Esfregar o olho = tentativa de bloquear a falsidade, dúvida ou mentira que vê, ou evitar olhar para a pessoa para quem está contando a mentira
• Esfregar o queixo = é um sinal de que o ouvinte está tomando uma decisão

Na Prática

Outro dia, eu estava em uma reunião de trabalho e já tinha decidido escrever sobre o livro aqui no blog, então eu me peguei olhando para os participantes da reunião e analisando suas expressões e posturas, que muitas vezes nos "dizem" exatamente o oposto do que suas próprias palavras. Esse é o principal efeito colateral do livro: depois de ler, você começa a olhar em volta e a analisar todo mundo, tentando exercitar tudo o que o livro ensinou.

Sobre aos Autores

Pierre Weil
Três atividades caracterizam Pierre Weil: escritor, educador e psicólogo. Dentre algumas formações obtidas ao longo de sua carreira, destacam-se o título de doutor em psicologia pela Universidade de Paris e os cargos de presidente da Fundação Cidade da Paz e reitor da Universidade Holística Internacional de Brasília (Unipaz), onde trabalha pela paz no mundo. Também é co-fundador da Associação Internacional de Psicologia Transpessoal e da Associação Brasileira de Psicologia Aplicada, além de ser autor de mais de 50 livros. Em 2002, recebeu o Prêmio Unesco de Educação para a Paz e o Prêmio Verde das Américas.

Roland Tompakow
Professor de Comunicações dos Cursos de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas – RJ, artista gráfico, técnico em Informática Visual, jornalista, assessor de Informáticaem marketing de várias Empresas e coordenador dos registros de Cinésica do grupo de Pesquisas chefiado pelo professor Pierre Weil.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A Massai Branca - Corinne Hofmann - Ediouro

A Masai Branca, de Corinne Hofmann, é um dos livros mais envolventes e uma das biografias mais incríveis que já li.

A história real conta a saga da suíça que, durante uma viagem ao Quênia com seu namorado, apaixona-se perdidamente por um guerreiro da tribo Masai, por quem decide largar toda a sua vida no primeiro mundo, incluindo seu negócio, sua família, sua rotina, sua estabilidade e seu namorado, em nome dessa paixão avassaladora.

A certeza e a perseverança de Corinne sobre a intensidade e a veracidade desse amor faz com que ela lute com todas as suas forças em busca da felicidade.

Porém, os desafios que ela enfrenta vão além de tudo o que eu poderia imaginar. No lugar dela, sinceramente, eu teria voltado em uma semana. Além de não falarem a mesma língua e de terem costumes completamente diferentes, as condições de vida, as doenças e alimentação da tribo fazem com que Corinne passe por maus bocados, chegando inclusive à beira da morte mais de uma vez.

Beber sangue, andar quilômetros para tomar banho, não ter nada nem parecido com banheiro, sobreviver a cinco malárias e ainda ver meninas sendo mutiladas quando entram na puberdade são só alguns dos obstáculos que ela enfrenta para tentar viver esse amor.

Corinne escreve muito bem faz com que o livro, que já possui uma história capaz de aguçar a curiosidade de qualquer um, seja devorado em poucos dias pelos leitores ávidos pelos desfecho da trama, que vai ficando cada vez mais angustiante e densa.

Outro ponto forte da obra são as fotos, que dão ainda mais veracidade ao texto, assim como envolvem e aproximam o leitor da autora e dos demais personagens. Quando terminei o livro, se encontrasse Corinne do meu lado, passeando pelas ruas de São Paulo, olharia para ela e seria capaz de falar: - Oi, Corinne, e aí, tudo bem? Como vai a filhota?, como se ela fosse uma conhecida de anos e anos.

Trilogia

E, para quem pensa que a história da vida de Corinne Hofmann termina com o final de A Masai Branca, aí vai um toque importante: é uma tri-lo-gia!

Depois de escrever A Masai Branca, que vendeu milhares de exemplares no mundo inteiro, a escritora resolveu escrever um segundo livro, "Back from África", que conta a história de sua vida de volta à Suíça, o que já fez você perceber que a história de amor de Corinne terminou (já que contei isso, voucontar também que o relacionamento de Corinne e Lketinga durou cinco anos). E, depois, vem o "Reunion in Barsaloi", que conta em detalhes (e com fotos!) a visita, depois de 14 longos anos, de Corinne a sua família queniana! Os dois outros livros ainda não foram traduzidos para o português.

Sim, eu li os três!

Não, os dois últimos livros não foram lançados no Brasil ainda. E sim, eu já li os três! Uma amiga, que também ficou louca pelo primeiro livro, pediu para seu irmão, que mora na Europa, comprar os demais livros para ela. No final de 2008, durante uma visita, ela pegou os exemplares e trouxe para cá! Depois de "engolir" os dois livros, estava eu, com cara de coitada, implorando pelo empréstimo das relíquias. Li em inglês mesmo, sem dificuldades. Quando a linguagem não é técnica tudo fica mais fácil.

A Masai Branca, o filme

Com o terceiro livro, Corinne ficou mais famosa do que já era, seus livros vendem como água e muitas pessoas tornaram-se fã da autora. Daí, o convite para transformar sua história em filme foi consequência. Não assisti ao filme ainda, mas tenho certeza que, dificilmente, a riqueza de detalhes e toda a emoção dos livros conseguirão ser transmitidas no longa metragem.

Vida real

É por isso que eu adoro biografias! Procurei na google por vídeos, entrevistas e qualquer coisa que contasse um pouco mais sobre a vida de Corinne. E achei coisas muito legais! Confira a entrevista aqui.

Sobre Corinne Hofmann

Corinne Hofmann nasceu em 1960 em Frauenfeld, no cantão Thurgau, filha de mãe francesa e de pai alemão. Antes de partir para o Quénia, tinha uma loja de roupa na Suíça. Quando voltou, escreveu The White Masai (traduzido para inglês em 2005), que vendeu mais de 4 milhões de exemplares na Alemanha. O livro foi adaptado para o cinema pela realizadora alemã Hermine Huntgeberth e estreou no Festival de Cinema de Toronto a 14 de Setembro de 2005. Corinne escreveu ainda duas continuações do primeiro livro: Back from Africa e Reunion in Barsaloi. Hoje, vive confortavelmente no Lago Lugarno com a sua filha, Napirai, de 17 anos.

Inauguração, no Dia Mundial do Livro!


Olá, pessoas!

Sou jornalista, arquiteta de informação, apaixonada por livros e louca pela língua portuguesa! Como muitos jornalistas, escrever é um dos meus maiores prazeres, não é à toa que esse é meu terceiro blog!

O mais antigo é o Prosa Virtual, onde converso sobre amenidades. Digo converso porque blog é uma via de duas mãos, onde podemos trocar informações e impressões.

Tenho também um blog profissional, que está no meu site/portfólio. Lá falo sobre a minha profissão e todas as tendências que a envolvem.

Aqui no Leitura (mais que) obrigatória vou contar sobre os livros que li, o que achei e também aqueles sobre os quais pesquisei pela grande rede! Esse espaço está aberto para sugestões de vocês.

Se você leu um livro e gostou (ou odiou), envie um e-mail para carla.martins16(arroba)gmail.com contando TUDO para mim, que em breve responderei e farei uma espécie de entrevista com você, para entender tudo direitinho e publicar a resenha no blog!

Bem-vindos e mãos à obra! Porque um blog sobre livros inaugurado no Dia Mundial do Livro só pode ser um su-ces-so! :)