quinta-feira, 28 de maio de 2009

Nadja - André Breton - Ed. Cosac Naify

Uma amiga me indicou este livro, dizendo: "Nadja é o livro da minha vida". Aí, a curiosidade veio, bateu e ficou. Comprei o livro na feira anual da USP e logo comecei a ler. Para curtir a história e penetrar na trama é preciso mergulhar de cabeça no surrealismo. E, para ter idéia do que me esperava, bastou olhar a capa do livro. Nadja é imaginação pura.

Ler a obra foi uma experiência ótima, mas completamente diferente.

André Breton é o narrador-personagem do romance. A história gira em torno de sua busca por Nadja pelas ruas de Paris. Durante a trama, os dois se enconotram por acaso algumas vezes e desencontram-se em outras ocasiões.

O mais legal do livro é que, apesar de a história ser completamente fantasiosa, intimista e subjetiva, o autor recheia o livro com fotos de locais reais de Paris, dando o tom de realidade na medida certa ao leitor.

Fora a importância do romance, tido como expressão máxima do "Manifesto Surrealista", Nadja vale a pena principalmente porque viver a vida sempre com base apenas na realidade nua e crua é chato demais.

Quando eu conseguir terminar a fila de livros que tenho pra ler, vou reler Nadja. Acho que esse é o tipo do livro que se deve reler de tempos em tempos, pois cada vez as descobertas serão diferentes e surpreendentes.

O Manifesto Surrealista

O Manifesto do Surrealismo foi publicado pelo escritor francês André Breton em 1924, e trouxe para o mundo um novo modo de encarar a arte.

Seguido do Dadaísmo (movimento que propunha a oposição por qualquer tipo de equilíbrio), o surrealismo impunha o chamado automatismo psíquico, "estado puro, mediante o qual se propunha transmitir verbalmente, por escrito, ou por qualquer outro meio o funcionamento do pensamento; ditado do pensamento, suspenso qualquer controle exercido pela razão, alheio a qualquer preocupação estética ou moral".

Sobre o Autor

André Breton foi criado por sua avó materna e começou o curso secundário em 1906, no Collège Chaptal. Em 1913 ingressou no curso de medicina. No ano seguinte, publicou três poemas na revista "La Phalange".

Em 1919, Breton fundou, junto com Louis Aragon e Philippe Soupault, a revista "Littérature".Dois anos depois, casou-se com Simone Kahn. Lançou o "Manifesto Surrealista", em 1924, tornando-se figura de proa nos meios literários. Editou também "A Revolução Surrealista", agregando artistas e intelectuais em torno de suas idéias.Em 1926 André Breton conheceu Nadya, uma paciente psiquiátrica.

Deste encontro resultou um livro, também chamado "Nadya", que sintetiza as principais obsessões de Breton: o acaso, o amor, as relações entre a vida e a poesia.A necessidade de participação política levou Breton a ingressar no Partido Comunista em 1927.

Depois de uma relação cheia de divergências com o partido, acabou sendo expulso em 1933. No ano seguinte, conheceu Jaqueline Lamba, com quem teria uma filha, "Aube".No fim da década de 1930, o surrealismo começou a ganhar força internacionalmente. Com a invasão da França pelos , Breton mudou-se para os Estados Unidos, em 1941.

Ao fim da Segunda Guerra Mundial, empreendeu algumas viagens e retornou à França em 1946.Em Paris deu continuidade ao movimento surrealista, organizando encontros e exposições e escrevendo poemas e ensaios.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Melancia – Marian Keyes - Bertrand Brasil


Recebi a resenha da Natália, minha amiga/irmã há “só” 14 anos, que também é minha afilhada e madrinha do meu casório! Ela adora tanto os livros dessa autora, que leu todos da série! Mas escolheu Melancia, o primeiro deles, para comentar. Lá vai:

O livro conta a história de Claire, uma mulher irlandesa à beira dos 30 anos e abandonada pelo marido (ainda na maternidade) logo após nascimento da primeira filha.

Arrasada com o fim do casamento, fora de peso (parecendo uma melancia), volta a morar com os pais e duas irmãs: Helen e Rachel (o livro Férias, da mesma autora conta a história dessa personagem).


Após muitas baladas e depressão, Claire conhece Adam, um rapaz sedutor por quem ela se interessa...até que Claire começa a achar que sua irmã Helen está apaixonada pelo rapaz.

James, o marido que a abandonou, também reaparece querendo desculpar-se, mas muita coisa ainda vai rolar...


Opinião de Natália:


Logo que peguei o livro para ler, na primeira sentada, foram 90 página lidas, das 490 do livro...é o tipo de livro que prende a atenção de tão engraçado, irônico e totalmente feminino!

Sobre a Autora

Marian Keyes é irlandesa. Começou a escrever depois de anos de luta contra o alcoolismo. Em 1995, publicou na Irlanda seu primeiro título, Melancia.

Os livros da Marian são daquele tipo que você não consegue parar de ler. São histórias divertidas, que rendem boas risadas. Têm uma leitura fácil, rápida e gostosa. Você pode até saber de antemão que haverá um final feliz, mas quer saber tudo o que vai acontecer, em detalhes, até esse final chegar. Para saber mais, acesse seu site oficial (em inglês).


Com o tempo (porque eu vou cobrar), Natália mandará a resenha dos outros livros. Porque eu só li O Melancia (peguei emprestado com ela mesma), mas faz tanto tempo que eu nem lembrava mais da história. Outo detalhe é que não fui muito fã e, como ela ama, as resenhas dela ficarão melhores!

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Princesa - Jean P. Sasson - Best Seller

Li esse livro no primeiro ano da faculdade, por indicação da professora de Antropologia. Não lembro o nome dela e nem sei também o que a matéria tinha a ver com a vida de uma mulher árabe. O que sei é que ela nem deve imaginar, mas foi essa leitura que fez nascer em mim uma verdadeira PAIXÃO por livros que retratam e documentam o sofrimento de mulheres que não têm direitos e vivem sob ameaça, julgamentos inconcebíveis e costumes machistas bárbaros.

E a desculpa é sempre religião.
Quem me conhece sabe o quanto gosto desse tipo de livro, compro vários e pego emprestado outros tantos, já nem sei mais quantos li sobre o tema. E continuo me indignando e admirando a coragem que essas mulheres têm de expor sua vida cheia de humilhações, em prol de tentar salvar outras mulheres de uma vida tão infeliz quanto as suas. E quanto mais esses livros fizerem sucesso e forem traduzidos para outras línguas, atravessando o mundo e atingindo todo tipo de gente, as chances de algo ser feito para melhorar essa triste realidade aumenta. A informação e o grito de socorro que essas mulheres transformam em livros são, talvez, as únicas maneiras de fazer a diferença.

E foi por isso que uma princesa árabe, que no livro foi chamada de Sultana por segurança, resolveu contar tudo o que sabe para uma escritora americana. Na tentativa de mudar a realidade na qual está inserida, ela arriscou sua vida relatando todos os segredos da família real. Apesar de ter nascido na Arábia, Sultana sabe muito bem que a vida das mulheres não precisa ser do jeito que é por lá. Indignada, revoltada e questionadora, ela desafia os costumes e o machismo do seu círculo social, mostrando ao mundo que algo precisa ser feito para salvar as próximas gerações.


Estupro de mulheres, privilégios para os filhos homens e desgosto pelo nascimento de meninas, casamentos arranjados entre verdadeiras crianças com homens velhos, abusos sexuais dos mais diversos tipos, humilhações, mutilações, assassinato de filhas pelos próprios pais, apedrejamentos e espancamentos são só algumas das denúncias feitas por Sultana.


E, durante todo o relato que fez à amiga, seu maior medo era que fosse descoberta e condenada à morte. O livro é forte, revoltante, muito bem escrito e DEVE ser lido por todas as mulheres que, como eu, queriam poder fazer mais para mudar o modo cruel de vida de nossas semelhantes.


Trilogia


Depois de Princesa, a autora ainda escreveu mais dois livros, por meio dos relatos de Sultana. São eles: As Filhas da Princesa e Princesa Sultana: sua vida, sua luta.
Eu li os três e, apesar de o primeiro ser o melhor, os outros também são ótimos! Em breve publico as resenhas aqui. ;)

Sobre a autora

Jean P. Sasson é autora da trilogia best-seller "Princesa", "As Filhas da Princesa" e "Princesa Sultana", que mostraram ao Ocidente a realidade sobre a vida das mulheres na Arábia Saudita. Seu primeiro livro, o sucesso editorial "The Rape of Kwait", vendeu mais de um milhão de cópias e alcançou o segundo lugar na lista do jornal norte-americano "The New York Times". Sempre envolvida com temas ligados às mulheres, Jean Sasson é americana, viveu na Arábia Saudita e viajou por todo o Oriente Médio.

Há ainda os Livros "Mayada" e "Amor em Terra de Chamas", da mesma autora. Eu já comprei os dois, como vocês podem ver aqui e, assim que tiver lido, publico a resenha. Espero que sejam tão bons quanto a trilogia.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

O Diário de Anne Frank - Ed. Record

Li o livro rapidinho, porque qualquer mulher que lembre de sua fase adolescente se identifica logo nas primeiras páginas com Anne. A cada linha a aflição aumentava e, quando ela escrevia seus sonhos e objetivos para o futuro, o aperto no peito era maior ainda.

Saber que ela tinha tantos sonhos, tanta coisa para viver e descobrir, tanto talento para escrever e tanta alegria e coragem dá ainda mais revolta quando pensamos que ela não conseguiu sobreviver ao Holocausto, assim como outros seis moradores do "Anexo".

"Anexo" era como ela chamava o esconderijo, que ficava na parte de trás de uma empresa, onde ela e mais sete judeus viveram por dois anos e meio, até a Gestapo invadir o local e prender todos os ocupantes. No prólogo do livro, há um relato sobre o destino de cada um deles. Somente o pai de Anne sobreviveu. Talvez, sua missão tenha sido mostrar para o mundo o terror vivido pelos judeus durante o Holocausto, fazendo a obra de sua filha tornar-se a maior referência mundial da Segunda Guerra.

O diário traz cartas de Anne à amiga imaginária Kitty, para quem ela conta toda a sua rotina, os ataques, assaltos, medos, anseios e sentimentos vividos durante o perído de de 12 de Junho de 1942 a 1 de Agosto de 1944. Há momentos em que ri bastante, outros de pura apreensão e outros de torcida, como quando ela fala de Peter.

É incrível ver como uma menina tão nova consegue reter a atenção dos leitores do início ao fim. Ela escreve bem e, com certeza, daria uma ótima jornalista, profissão que ela já tinha escolhido e que não pôde exercer.

O Diário foi publicado com alguns cortes de partes íntimas da família. Mas, hoje, há a última versão, completa e com fotos, que foi a que eu li. mais que um livro, um depoimento real, O Diário de Anne Frank é um documento histórico e, por isso, deve ser lido por todo mundo que tem vergonha do período nazista da história.

Documentos Históricos

Abaixo, a única filmagem existente de Anne. Ela aparece na janela olhando um casal de noivos:



Aqui, uma coletânea de fotos:



Confira o site do Instituto Anne Frank, sediado no prédio/esconderijo.

Em 3 de maio de 1957 um grupo de pessoas, incluindo Otto Frank, estabeleceram o Instituto Anne Frank com o propósito de salvar o edifício da demolição, e torná-lo acessível ao público.

Otto Frank insistiu que o propósito do instituto seria fortalecer o contato e a comunicação entre jovens de diferentes culturas, religiões e raças, em oposição à intolerância e a discriminação racial. Depois do diário de Anne Frank ter sido traduzido em outras línguas e ela tornou-se internacionalmente conhecida seu antigo esconderijo começou a atrair muitos visitantes.

Adaptação para as telas

O filme foi lançado em 1959, dirigido por George Stevens (Assim Caminha a Humanidade) e com Shelley Winters no elenco. Levou 3 Oscars e tem 180 minutos de duração, mas há uma versão com 156 minutos.

A personagem Anne Frank foi oferecida a Audrey Hepburn, que a recusou devido a dois motivos: já havia aceitado a proposta para estrelar A Flor Que Não Morreu (1959) e, por ter morado na Holanda durante a 2ª Guerra Mundial, acreditava que realizar este filme traria más lembranças de perseguições a judeus que presenciou na época.

Estou louca para ver esse filme, será que encontro em algum lugar??

quinta-feira, 21 de maio de 2009

E mais dois selinhos vem aí!! :)

Esse veio da Rafaela, do Cantos de Meninas. Obrigada, flor! E vejam só que fofos os selinhos:



Agora, as regreeeeenhas: Fazer uma lista com 7 segredos de beleza. Lá vai:

1. Fazer drenagem linfática toda semana;
2. Não exagerar na maquiagem logo de manhã. Pensem nas rugas em alguns anos!!! E árvores de natal em maio não pegam bem, tá?;
3. Usar protetor solar. Uva passa e casca de maracujá não estão na moda, beijo!;
4. Passar anti-rugas todo dia após o banho, porque tenho 27 e mulher prevenida vale por 2!;
5. Dá-lhe hidratante corporal!;
6. Nunca sair de casa sem brincos e demais acessórios;
7. Fazer as unhas toda semana.

E os selinhos vão para:
1 -
No meu apê
2 -
Dri Viaro
3 -
Devaneios de uma doutora em crise
4 -
Universo particular de Manu
5 -
Livros, pura diversão
6 -
Livros de Bia

terça-feira, 19 de maio de 2009

Minha biblioteca aumentou!!!

Aeee!!!! Novas aquisições para a minha biblioteca! Saí de casa sábado de manhã para comprar uma coisa que estava precisando muito (e quando preciso muito de algo, não sossego enquanto não estiver com o treco na mão!). Achei o que precisava (e acabei levando mais umas coisinhas, claroooo) na Encaixe.

E por falar nisso, meudeusdocéu, que loja é aquela??? Queria levar tudo embora! Um sonho! E com preços justos: virei fã!
Enfim, saí da loja, que fica na Pedroso de Moraes, e dei de cara com uns 10 sebos, um do lado do outro. Não tive dúvida:
entrei e fiz a festa! Olha aqui o que arrematei:

Memórias de Minhas Putas Tristes
Nó na Garganta

Hannibal

Amor em Tempos de Chamas

Os Sertões

Mayada
O Menino do Pijama Listrado
Esse eu estava louca para comprar depois da resenha da Karin que publiquei aqui.

sábado, 16 de maio de 2009

Navalha na Carne - Plínio Marcos - Ed. Azougue



Levada aos palcos pela primeira vez em São Paulo, em 1967, com Walmor Chagas e Cacilda Becker, a peça ganhou mais repercussão a partir da montagem carioca, dirigida no mesmo ano por Fauzi Arap. O texto foi censurado pela ditadura militar e só pôde ser encenado 13 anos depois.

Como forma alternativa de divulgar a obra, o elenco original - Paulo Villaça, Ruthinéia de Souza e Edgard Gurgel Aranha - se reuniu com o escritor Pedro Bandeira e criou uma encenação fotográfica da peça, que foi transformada em livro.

A adaptação para livro manteve a densidade e o clima pesado da peça. Mostra, de forma nua e crua, a podridão, falta de dignidade e a pobreza que imperam no submundo da sociedade brasileira. Assim como Cidade de Deus, Central do Brasil e Trpa de Elite, cada página lida de Navalha na Carne é um tapa na cara de quem leva a vida com conforto e nem imagina essa realidade paralela, existente a pouco metros de distância da nossa casa.

A personagem principal, Neusa Suely, é uma prostituta sem o menor amor próprio, que já tem idade avançada e vende seu corpo para sobreviver. "Será que somos gente?" é a frase que mais faz pensar no livro, porque viver desse jeito é pior do que não viver. Qual nosso papel na sociedade? O livro faz refletir muito sobre isso e sobre até que ponto o ser humano se corrompe por dinheiro e vícios.

Já Wado representa a sociedade machista, cheia de preconceitos, mas que também não tem moral nenhuma para julgar e que, por isso, é facilmente desarmado ao primeiro sinal de força e enfrentamento.


Li o livro inteiro nas horas em que caminhava e fazia bicicleta na academia do meu antigo prédio, há uns 2 ou 3 anos. Lembro que o trecho que eu li no dia ficava martelando na minha cabeça por algumas horas. O livro é forte, penetra fundo no leitor. Se você procura intensidade, leia Navalha na Carne! Pena que eu não pude ver a peça na época em que foi lançada...só se assisti na encarnação passada...heheheheh

Para finalizar, reproduzo aqui o final da crítica feita por SÁBATO MAGALDI, em O Estado de São Paulo, a 12/09/1967. Apesar de se referir à peça foi, para mim, a frase que melhor define o que li:

"Navalha na Carne fere mesmo – como toda verdade lançada com indiscutível talento artístico."

No Cinema

NAVALHA NA CARNE – 1ª adaptação
Título: A Navalha na Carne
Direção: Braz Chediak
Atores: Glauce Rocha, Jece Valadão, Emiliano Queiroz, Carlos Kroebe
Fotografia: Hélio Silva
Duração: 112 minutos
Ano: 1969

NAVALHA NA CARNE – 2ª adaptação
Título: Navalha na Carne
Roteiro: Neville D`Almeida
Direção: Neville D`Almeida
Atores: Vera Fischer, Jorge Perugorría, Carlos Loffler, Isabel Fillardis, Marcelo Saback, Pedro Aguinaga, Guará Rodrigues, Rafael Molina
Fotografia: César Elias
Duração: 105 minutos
Ano: 1997

Sobre o Autor

Plínio Marcos dispensa comentários, né? Foi um dos maiores dramaturgos brasileiros de todos os tempos.

Em 1960, com 25 anos, foi para São Paulo, onde inicialmente trabalhou como camelô. Depois, trabalhou em teatro, como ator (apareceu no seriado Falcão Negro da TV Tupi de São Paulo), administrador e faz-tudo, em grupos como o Arena, a companhia de Cacilda Becker e o teatro de Nydia Lícia.

A partir de 1963, produziu textos para a TV de Vanguarda, programa da TV Tupi, onde também atuou como técnico. No ano do golpe militar, fez o roteiro do espetáculo Nossa gente, nossa música. Em 1965, conseguiu encenar Reportagem de um tempo mau, colagem de textos de vários autores, e que ficou apenas um dia em cartaz.

Em 1968, participou como ator da telenovela Beto Rockfeller, vivendo o cômico motorista Vitório. O personagem seria repetido no cinema e também na telenovela de 1973, A volta de Beto Rockfeller, com menor sucesso. Ainda nos anos 70, Plínio Marcos voltaria a investir no teatro, chegado ele mesmo a vender os ingressos na entrada das casas de espetáculo. Ao fim da peça, como a de Jesus-Homem, ele subia ao palco e conversava pessoalmente com a platéia.

Na década de 1980, época da censura, Plínio Marcos viveu sem fazer concessões, sendo intensamente produtivo e sempre norteado pela cultura popular. Escreveu nos jornais Última Hora, Diário da Noite, Guaru News, Folha de S. Paulo e Folha da Tarde e também na revista Veja, além de colaborar com diversas publicações, como Opinião, O Pasquim, Versus, Placar e outras.

Depois do fim da censura, Plínio continuou a escrever romances e peças de teatro, tanto adulto como infantil. Tornou-se palestrante, chegando a fazer 150 palestras-shows por ano, vestido de preto, portando um bastão encimado por uma cruz e com aura mística de leitor de tarô.

Plínio Marcos foi traduzido, publicado e encenado em francês, espanhol, inglês e alemão; estudado em teses de sociolingüística, semiologia, psicologia da religião, dramaturgia e filosofia, em universidades do Brasil e do exterior. Recebeu os principais prêmios nacionais em todas as atividades que abraçou em teatro, cinema, televisão e literatura, como ator, diretor, escritor e dramaturgo.

Morreu aos 64 anos, na cidade de São Paulo, por falência múltipla dos órgãos em decorrência de um derrame.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Meu segundo selo!

Olha aí, minha gente! Mais um selinho aqui pro Leitura! :)

Esse veio do Nossos Romances. Valeu!

Agora, as regas:

1 – A pessoa selecionada deve fazer uma lista com oito coisas que gostaria de fazer antes de morrer.

2 - É necessário que se faça uma postagem relacionando estas oito coisas, não importando o que seja; é necessário que a pessoa explique as regras do jogo.

3 – Ao finalizar, devemos convidar oito parceiros de blogs.

4 – E finalmente, deixar se possível um comentário para quem nos convidou, e informar os convidados.

Meus 8 desejos:

1 - Viajar pra Fernando de Noronha
2 - Viajar para Grécia
3 - Viajar para Portugal/Inglaterra
4 - Mudar para um apartamento de 3 quartos
5 - Ter meu primeiro filho daqui a 3 anos
6 - Continuar crescendo profissionalmente
7 - Fazer uma mega festa para comemorar meus 30 anos (faltam 3!!)
8 - Escrever um livro

Os 8 blogs:

1 - No meu apê
2 - Mais uma vez...
3 - Palácio Lilás
4 - Mundo Particular de Manu
5 - Tudo por um e noventa e nove
6 - Pensamentos em Cores
7 - Dri Viaro
8 - Devaneios de uma doutora em crise

Agora vou lá avisar as fofas indicadas.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Minha briga com o Islã - Irshad Manji - Francis

O livro é uma carta aberta que revela toda a coragem da muçulmana e lésbica Irshad Manji, inteligente o suficiente para ler o Alcorão e interpretá-lo de maneira lógica e longe do fanatismo e da cegueira que parece pairar sobre seus semelhantes.

Com sinceridade e acidez, a autora revela todas as injustiças e condutas duvidosas praticadas supostamente em nome do Islã. A condição das mulheres é um tema bastante abordado no livro. Bem escrito, o livro é uma ótima referência para quem quer de conhecer melhor os fundamentos do islamismo e ter esclarecimentos sobre a guerra entre palestinos e israelenses.

Como ela cita muitas vezes a realidade dos muçukmanos no Canadá, local onde mora, bem como detalhes aprofundados do Islã, algumas vezes a leitura, para mim, ficou meio cansativa, porque o livro não foi feito pensando nos estrangeiros que vivem de modo completamente diferente daquela realidade. Para nós, acho que o livro poderia ter sido escrito com outra abordagem e dando mais relevância a fatos que, no livro, foram tratados de forma superficial.

Eu me interesso particularmente por livros que tratam da vida dos muçulmanos, principalmente da vida das mulheres. Já li um monte deles e tenho mais um monte na fila. Talvez por ser um livro que junta linguagem jornalística com dados biográficos, o livro traz muitas informações relevantes, mas não tem o apelo emocional que encontrei em outras publicações.

Sobre a Autora

Irshad Manji é jornalista e comentarista de rádio e televisão, escritora, conferencista e empresária de mídia. Nascida em Uganda, foi criada na costa oeste do Canadá. Produziu e apresentou o premiado programa QueerTelevision e atualmente está à frente do programa Big Ideas, além de presidir a VERB TV, um canal que está sendo criado para ajudar os jovens a serem cidadãos do mundo. Confira seu site oficial.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Lançamento: Navegando com o Sucesso - Vilfredo Schurmann

Dia 14/05, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo (Avenida Paulista, 2073), haverá o lançamento do livro Navegando com o Sucesso, de Vilfredo Schurmann, editado pela Sextante.

Confira aqui um cometário de quem já leu o livro:


"Navegando com o sucesso não traz fórmulas mágicas, mas revela de forma apaixonante como os sonhos são possíveis. Vilfredo Schürmann ensina caminhos simples e fundamentais para que os sonhos não se tornem pesadelos. E esses conselhos valem para o nosso dia-a-dia, para qualquer empresa, para qualquer empreendimento. Leitura obrigatória."
Carlos Henrique Schroder, diretor de Jornalismo da TV Globo

Quem estiver à toa e curtir um lançamento, bora para lá!

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Pausa para o Jabá - Parte II

Saiu um depoimento meu no Roubada na Viagem. E é tudo verdade, juro. Ai, só de lembrar já dá vontade de espirrar!

A foto é ilustrativa, tá? Não registrei o "momento mico".

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Televisão: a Vida Pelo Vídeo - Ciro Marcondes Filho - Ed. Moderna

O livro trata do papel da televisão na comunicação de massa do Brasil. Sabe-se que o conteúdo transmitido via televisão (porque o coitado do aparelho de tevê só transmite imagem e som, não é culpado de nada) tem uam capacidade imensa de persuação e penetração na sociedade brasileira.

Para quem estuda jornalismo, pretende estudar ou simplesmente gosta do assunto e quer saber mais sobre crítica da mídia televisiva, a publicação é indispensável. Com muitas ilustrações e linguagem fácil e agradável, o livro me ensinou algumas coisas, outras eu já sabia, mas o balanço foi bom. Li durante a faculdade, acho que em 2001. Gostei bastante e recomendo. O livro não fala nada de novo nem de extraordinário, mas talvez eu tenha essa impressão porque eu já fazia jornalismo e convivia com aquelas informações por várias horas, todos os dias. Para quem ainda não sabe muito sobre televisão, mas é louco para saber, o livro é a escolha certa.

O capacidade de fascínio da TV é realmente impressionante e o livro aborda muito bem o tema. Tem gente que odeia ficar em casa sozinho, ou que simplesmente vive de maneira extremamente solitária. Aí, a tlevisão acaba ocupando esse espaço vazio na vida das pessoas. Tanto é que, comumente, pessoas ligam a televisão de casa assim que chegam, só para ouvir o som e ter a sensação de que não está sozinho. Muitas vezes, o espectador está em outro cômodo e nem sabe em que canal está, mas o fato de saber que ela está ali, conforta e diminui a angústia.

Esse fato, somado ao poder de persuasão do meio (ouviu na tevê, é verdade) faz com que o poder do emissor perante o receptor seja imenso e perigoso. 

Hoje, acho que o livro poderia ser atualizado com informações recentes sobre a internet e a mudança da relação dos receptores com a televisão depois da chegada dessa nova mídia. Na época do lançamento do livro, a internet ainda não estava popularizada no Brasil. Essa observação é importante porque, em uma parte do texto, o autor faz um apanhado dos meios de comunicação e da reação das pessoas à chegada de cada um deles.

O autor fala também sobre os mais variados gêneros de programação, mostrando como tudo acontece na TV: telejornalismo, programas de auditório, dramaturgia, programas de humor,  entrevistas, os esportivos, musicais e publicidade. 

Sobre o Autor

Ciro Marcondes Filho, sociólogo e jornalista pela USP, mestre pela FFLCH-USP, doutor pela Universidade de Frankfurt (RFA), pós-doutor pela Universidade Stendhal de Grenoble (França), titular da Cátedra Unesco de Divulgação Científica no Brasil, foi livre docente, professor adjunto e é professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP desde 1987. 

Tem atuado como conferencista pelo país e no exterior, debatendo sua proposta de construção no Brasil de uma teoria própria da comunicação, adaptada à era tecnológica. Já publicou cerca de 30 livros nas áreas de comunicação, jornalismo, política, filosofia, psicanálise. 

Foi coordenador do Núcleo José Reis de Divulgação Científica, da USP, editou várias revistas (Comunicação e Artes, Comunicação & política, Atrator estranho), traduziu recentemente Niklas Luhmann para ao português, já formou 12 doutores e número igual de mestres. Já exerceu o jornalismo (editor do Jornal da USP), foi colaborador do jornal LEIA, e de outros jornais e revistas. Produziu na Rádio USP 57 programas da série O Teatro do Mundo - A Canção.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Primeiro selinho!

Poucos dias de blog no ar e já ganhei um selo! :)

Veio da fofa da Bia, do Livros de Bia.













As regras são:

1. Aceitar o prémio, publicá-lo no blog juntamente com o nome da pessoa que vos premiou e o link do seu blog.

2. Passar o prémio a outros 15 blogs e contactá-los a fim destes saberem que ganharam o prémio.


Aí vão os blogs para quem eu ofereço o selinho:


terça-feira, 5 de maio de 2009

Pausa para o jabá


Olá!! Hoje, para variar, vou fazer uma pausa nas resenhas para fazer um jabazinho básico.

Leiam a matéria sobre a viagem que fiz à Patagônia argentina publicada no iG! Não deixem também de dar uma olhada na minha galeria de fotos da Patagônia, publicada também no canal de turismo do iG!

:)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

O Menino do Pijama Listrado - John Boyne - Ed. Cia. das Letras



Essa resenha veio da Karin Althuon. Ela também é apaixonada por livros e foi ela que me emprestou a trilogia da Corinne Hoffmann. Leia sobre isso aqui, no meu primeiro post. Depois de saber que ela gostou, estou LOUCA para ler também!

Vale lembrar que o livro virou filme em 2008. Veja a análise do Omelete.


Sinopse

Bruno é um menino de nove anos que mora em Berlim com a família e sabe muito pouco da vida além do que acontece fora de sua casa e escola. O que ele descobre logo no ínicio do livro é que ele e a família terão que se mudar de Berlim, por conta do emprego do pai e ordens de seu chefe. Contextualizando, estamos na década de 40, em plena segunda guerra mundial o pai de Bruno é um militar alemão que responde diretamente a Hitler e a família muda para a casa vizinha ao campo de concentração de Auschwitz. Com o passar do tempo Bruno vai se adaptando a nova situação descobrindo mais sobre a família, sobre a Alemanha e sobre os vizinhos que moram do outro lado da cerca e só vestem a mesmo traje. E é por acaso que em uma exploração das redondezas, Bruno faz amizade com um menino do outro lado da cerca que sempre veste um curioso pijama listrado. E essa amizade mudará a vida de ambos.

Sobre o Autor

John Boyne (nascido em 30 de abril de 1971) é um romancista Alemão. Ensinou língua inglesa no Trinity College, e Literatura Criativa na Universidade de East Anglia, onde foi galhardoado com o prêmio Curtis Brown. Já escreveu cinco romances e está escrevendo (em 2007) o sexto, assim como uma quantidade de contos que foram publicados em várias antologias e transmitidos por rádio e televisão. Seus romances foram publicadas em 29 idiomas. The Boy in the Striped Pyjamas é um "mais vendido" em Nova York e uma adaptação para o cinema começou a ser filmada em abril de 2007. Boyne reside em Dublim.


O que Karin achou do livro

Após receber uma idicação comprei e terminei no domingo "O Menino do pijama listrado". Ao terminá-lo, fiquei com o livro na cabeça por algumas horas, pensando e discutindo com o meu namorado que já havia lido.

É um assunto delicado, que sempre me causa arrepios, mas fiquei impressionada com o jeito inocente em que o autor descreve os fatos visto que é uma criança o personagem principal. Achei bem interessante, e recomendo!

Depois, no msn, ela me falou o seguinte:
**Karin*va bene diz:
gostei bastante do livro, no inicio realmente vc pensa "será que vai acontecer alguma coisa ou ele vai ficar falando da casa o livro inteiro"