quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Então...é Natal!!!!

Queridos e queridas, deixo vocês com um selinho especial de Natal, que ganhei da fofa Tinkerbell, do My Imaginarium, da Mari, do Compartilhando Leituras, da Patricia, do Entre Páginas e da Flicka, do Mil Livros, um Sonho. Amei, flores!

Nesse momento estou na Bahia, curtindo os últimos dias do ano no melhor estilo. Volto dia 04/01 e prometo atualizar o blog. Afinal, também mereço um recesso, né? Fui boazinha esse ano! :)

Regras do selo: 1. Enumerar 5 livros que gostariam de receber no natal!

Dois deles eu já recebi, mas ainda não li:

  • A Melodia do Adeus (Nicholas Sparks)
  • O nome do vento (Patrick Rofthuss)
  • A soma dos Dias - Isabel Allende
  • Sorte: um caso de estupro - Alice Sebold
  • Renato Russo: o filho da Revolução - Carlos Marcelo
2. Oferecer o selo no minimo a 3 blogs
E FELIZ 2010!!!!!!!!!!!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Meu caro H - A convivência de um escritor com o vírus da Aids - Samir Thomaz - Ática

O título do livro, Meu caro H, significa meu caro HIV. H é o apelido "carinhoso" que o autor dá ao vírus. Li esse livro na adolescência, logo que ele foi lançado. Lembro que ele chegou nas minhas mãos porque minha mãe, que era professora, podia escolher alguns livros para receber de graça da aditora. Ela, então, pediu para que eu escolhesse alguns títulos e esse foi um dos escolhidos.

Olha como eu já gostava de biografia na época!!!! Há coisas que nunca mudam...hahaha


Lembro muito bem da experiência de ler essa obra. Lembro que era adolescente e fiquei super chocada de saber como o autor contraiu o vírus. Só conseguia pensar na esposa dele e cheguei a sentir uma mistura de raiva, indignação e muita, muita pena.
Samir descobriu ser soropositivo em 1998.

Casado e pai de uma menina de 11 anos, o autor vive um drama tremendo quando descobre que o vírus já faz parte de sua vida e que, portanto, pode ter transmitido a doença para a esposa e a filha. Os capítulos que contam sobre esse drama são muito intensos.

Lembro que não conseguia parar de ler.
E ele só descobriu ser portador do HIV quando o primeiro sintoma começou a aparecer: a perda de peso. Depois da descoberta, vem todo o sofrimento de Samir, a culpa, os remédios e a necessidade de refazer sua vida dentro dessa nova (e assustadora) realidade. Foi ótimo para eu perceber, na época, que qualquer um podia ser alvo do vírus e que apenas um descuido podia ser suficiente para um monte de vidas mudarem completamente.

O livro é intenso, bem escrito, muito gostoso de ler e, apesar de ter lido quando eu tinha uns 16 anos, acredito que seja uma boa pedida para todas as idades. Recomendo!


O Autor


Samir Thomaz é editor assistente da Editora Ática. É autor de dois livros de literatura juvenil: Eu pensava... e Carpe Diem - O Crime Bate à Porta. Meu Caro H - A Convivência de um Escritor com o Vírus da Aids foi lançado no dia 29 de novembro de 2000.

Confira uma entrevista com o autor.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Ler devia ser proibido?



Vídeo GE-NI-AL extraído do blog FLORESTA DAS LEITURAS há séculos, mas que guardei para relembrá-lo depois de um tempo.

Dado assustador: 20% dos adultos no mundo são analfabetos.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A Cabana - William P. Young - Sextante


Tinha ouvido falar tanto em A Cabana que estava com receio de ler a obra. Até que meu marido, passeando pela Fnac e sabendo da minha paixão por livros, viu um cartaz dizendo que a obra era top 1 de vendas e comprou-a para me fazer uma surpresa. Ele nem sabia do que se tratava e, ao ler a contra-capa, depois de tê-lo comprado (oi?), ficou achando que eu me decepcionaria com o livro. Ele pensou que era algo religioso, piegas, que ia me causar tédio.

Então, recebi o livro como recebo todas as surpresas que ele me faz: feliz da vida e completamente derretida.


Comecei a leitura sem amarras, sem preconceitos, sem julgamentos. E que bom que fiz assim!

Se formos pensar no livro como ficção, ele é ótimo: prende o leitor, traz desdobramentos inesperados,
é bem escrito e envolve muito quem o está lendo. Não pensei na obra de maneira religiosa, e sim de maneira racional: o livro não diz nada que a lógica e a racionalidade não expressem. Não fala de fé cega, não tenta dar explicações absurdas para questões que ainda não temos capacidade de entender.

Conheço pessoas que leram o livro e conseguiram, depois disso, personificar Deus. Em mim, o efeito não foi esse. Até porque não tenho a menor necessidade de personificá-Lo. Para mim, o livro traz ensinamentos riquíssimos apara nos tornarmos pessoas melhores, mas sem aliar isso apenas à fé, à religião. Porque ser melhor vale para todos os credos e faz bem até para quem não possui religião alguma.

Não julgar (e os efeitos pavorosos que os julgamentos são capazes de produzir), perdoar e enfrentar a cabana da nossa vida (que são os medos, os arrependimentos, as frustrações e nossas dúvidas) é encarar de frente o que nos impede de ir adiante, de viver mais leve, de ser plenamente feliz, de apostar nos relacionamentos e de aproveitar a beleza das pequenas coisas da vida.

Porém, nota-se que o livro é extremamente comercial e foi escrito com o objetivo de virar um longa metragem hollywoodiano. E, quando percebo isso, chego a ficar irritada, porque acho que os leitores acabam sendo apenas cobais, usados mesmo, como um simples meio de o autor chegar ao seu objetivo real.

Em resumo, não li o livro pensando em religião, mas tentei lê-lo como uma ficção que acaba trazendo ensinamentos super válidos para quem está aberto a eles. E, para mim, como todo livro que leio me ensina alguma coisa, esse não foi diferente de nenhuma outra obra que li. Ensinou-me coisas, lembrou-me de outras, proporcionou bons momentos e envolveu-me pra caramba!

Em alguns momentos, acabei meio incomodada porque o livro tomava formas de obras de auto-ajuda, das quais eu fujo sem olhar para trás. Mas, fora isso, valeu a pena.


A contra-capa é exagerada

Na contra-capa, as frases “esta história deve ser lida como se fosse uma oração” e “você vai querer partilhar este livro com todas as pessoas que ama” são super exageradas.

Pelo menos em mim, esse livro não teve esse efeito, longe disso. Recomendo, até, mas não acho que é imprescindível a leitura, como digo de Ensaio Sobre a Cegueira, Castelo de Vidro, Para Sempre Alice e algumas outras obras que li esse ano.


E a história, é sobre o que?

Ela conta a vida de um homem atormentado com a morte de sua filha, que foi sequestrada por um maníaco e morta de maneira cruel em uma cabana. Após algum tempo vivendo lado a lado com a Grande Tristeza (nome dado ao sentimento que se instalou na sua vida após a perda), ele recebe um bilhete pedindo que retorne para lá. Esse bilhete é assinado por Papai (que é o nome carinhoso que sua esposa costuma se referir a Deus). O homem, é claro, acha tudo muito estranho, mas não aguenta de curiosidade e aceita o convite. E é então que a história começa pra valer. Deus estará lá mesmo? Era uma armadilha do assassino? Só lendo para saber!

E é aí que começamos a rever conceitos que sempre soubemos, mas dos quais nos esquecemos ao longo da vida. "O amor e o perdão são um alívio maior para quem oferece do que para quem recebe" é um deles.


Confira o site do livro, em inglês.

Sobre o Autor

Para conhecê-lo, o melhor é assistir a esse video que achei nas minhas buscas pela internet:


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Atestado de qualidade!

Opa! Selo de qualidade muito me interessa! Ganhei da querida Marta, do Chuva de Livros. Obrigada, flor!

Regrinhas:

– Escrever uma lista com oito características suas.
– Convidar oito “blogueiros” para receber o selinho.

As 8 características minhas:

- Sensível
- Carinhosa
- Sincera
- Amiga
- Organizada
- Meiga
- Ansiosa
- Focada


E os indicados são:

- O Cantinho do Bookoholic
- Compartilhando Leituras
- Coffee and history
- Sobre leituras e observações
- "Entre Aspas"
- Amante dos livros e afins...
- Tudo de Romances
- UM LIVRO NO CHÁ DAS CINCO

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cartas a Paula - Isabel Allende - Bertrand Brasil

Logo depois de terminar Paula (sobre o qual já resenhei esses dias), comecei a ler Cartas a Paula. O livro nada mais é que a seleção de algumas cartas, recebidas por Isabel Allende, que foram escritas por leitores de todo o mundo.

São depoimentos de pessoas que se identificaram tanto com o relato que decidiram entrar em contato com a escritora. Algumas pessoas apenas agradecem, outras contam casos de perda de entes queridos, outras apenas demonstram o quanto o livro as tocou.

Adorei ler Cartas a Paula, mas o livro só faz sentido se for lido após (de preferência, em um curto intervalo de tempo) a leitura de Paula.

E, para quem leu Paula, o prefácio de Cartas a Paula já vale o livro. Emocionante!


Sobre a Autora

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação." Essa frase de Isabel Allende, em seu livro "Paula", talvez dê uma pista sobre o significado da literatura para a escritora.

Isabel atribui seu êxito como escritora ao célebre poeta chileno Pablo Neruda, que no inverno de 1973 aconselhou-a a abandonar seu trabalho como repórter para se dedicar a escrever livros de ficção. Ela não levou muito a sério a sugestão, e demorou quase dez anos para transformar a idéia em realidade.

Seu primeiro romance, "A Casa dos Espíritos" (de 1982, adaptado ao cinema em 1993), foi bem recebido pela crítica. As crônicas familiares misturadas à política também deram o tema ao seu romance seguinte, "De amor e de sombra" (1984). Seguiram-se "Eva Luna" (1985), "Histórias de Eva Luna" (contos, 1989), "Paula" (sobre a doença e morte de sua filha, 1991), "Plano infinito" (1993), "Afrodite" (histórias e receitas afrodisíacas, 1994) e "Filhas da fortuna" (1999).


Confira o site oficial de Isabel Allende.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Paula - Isabel Allende - Bertrand Brasil

Acabei de ler Paula ontem e não via a hora de escrever sobre o livro, aqui, para vocês. A característica mais marcante do livro é a exposição da autora, que intercala os capítulos entre a realidade da doença da filha, que definha dia a dia, com sua própria história de vida, cheia de momentos mágicos, engraçados, desastrosos, nus e crus. Tamanha coragem em abrir as janelas mais secretas da sua vida eu só tinha visto no livro O Castelo de Vidro, mas acho que Isabel Allende faz além, fala mais, fala dela, dos seus erros, dos seus defeitos, das suas pisadas de bola, como se fosse outra pessoa narrando a vida de alguém.

São quase 600 páginas de puro amor, de um mergulho na vida de outra pessoa que vai envolvendo e viciando o leitor. A gente vai conhecendo Paula aos poucos e, a cada página, lamenta mais e mais por sua condição, mas mantém uma esperança, lá no fundo, de que ela consiga sobreviver. O livro é lindo. O livro toca fundo. O livro marca a vida de quem lê. Porque amor de mãe é assim, é maior que tudo, é mais forte que a vida e que a morte.

Outro ponto forte do livro são as frases fortes e muito bem escritas de Isabel. Então, fica a dica: leia com uma caneta marca texto do lado.

Destaco uma que me tocou em especial:

"Silêncio antes de nascer. Silêncio depois da morte. A vida é puro ruído no meio de silêncios insondáveis".

A doença

Paula possuía uma doença genética chamada Porfiria. Por uma mistura de fatalidade com erro médico, ela entrou em coma e não voltou ao normal depois de algumas semanas, como os médicos previram.

A partir daí, a Isabel mãe, amante, profissional, mulher e feminista e dona de casa tornou-se só a Isabel mãe, lutando contra ela mesma e contra todas as evidências para fazer sua filha ter uma vida agradável enquanto permanecesse nesse estado estranho, em que o corpo está vivo, mas a mente e os sentidos já não pertencem mais a esse mundo. O sofrimento dela é tão bem expressado no livro que emociona por diversas vezes. Apesar de todos sabermos que o amor de mãe é o maior amor do mundo, o livro é, para mim, a melhor representação física desse amor.

Recomendo esse livro a todos, mas acredito que, para mulheres que são ou querem ser mães e para pessoas que já sofreram muito com perdas de entes queridos, a obra será de especial auxílio e garantia certa de lembranças infinitas.

Família


Além de falar de Paula, a autora fala de todos os membros de sua família, inclusive aborda bastante, em certa parte do livro, seu parentesco com Salvador Allende e como isso influenciou sua trajetória. O livro fala do exílio, da ditadura, das dificuldades financeiras, de relacionamentos fracassados. O livro fala de toda uma vida, de uma vida que merece ser contada e dividida, porque é especial. Mérito da autora, que soube dar ar de romance e transformar os acontecimentos em frases atraentes e capazes de conquistar os leitores.

Seu outro filho, Nicolás, também sobre de Porfiria, mas a doença não se manifestou nele e tudo está sob controle. No final do livro, é bonito como ela analisa que a obra ajudará as próximas gerações da família a não se descuidarem quanto essa doença.

Cartas

Isabel Allende, que já era conhecida por seus demais romances, tornou-se mundialmente famosa e uma referência para muita gente. Ainda de luto, com uma dor inconsolável, os leitores de Paula começaram a enviar cartas contando suas experiências e dividindo com ela tudo o que o livro despertou em suas mentes.

Então, Isabel decidiu publicar um outro livro, alguns anos depois, reunindo algumas dessas cartas. O livro chama-se Cartas a Paula e eu já comecei a ler em seguida! Ele é bem pequeno e, assim que terminar, escrevo aqui tudo o que senti.

Paula é lindo. Ler Paula chega a ser necessário.

Outros livros
Outro detalhe muito legal do livro é que, em diversos momentos, Isabel explica, ao falar de alguém da família ou de algum amigo que aparece na história, como alguns de seus personagens mais famosos foram criados. Em quem ela se baseou e quais características de cada pessoa real ela utilizou para montar as personalidades contidas nos seus romances.

Confira uma entrevista com Isabel Allende:



Sobre a Autora

"O meticuloso exercício da escrita pode ser a nossa salvação." Essa frase de Isabel Allende, em seu livro "Paula", talvez dê uma pista sobre o significado da literatura para a escritora.

Isabel atribui seu êxito como escritora ao célebre poeta chileno Pablo Neruda, que no inverno de 1973 aconselhou-a a abandonar seu trabalho como repórter para se dedicar a escrever livros de ficção. Ela não levou muito a sério a sugestão, e demorou quase dez anos para transformar a idéia em realidade.

Seu primeiro romance, "A Casa dos Espíritos" (de 1982, adaptado ao cinema em 1993), foi bem recebido pela crítica. As crônicas familiares misturadas à política também deram o tema ao seu romance seguinte, "De amor e de sombra" (1984). Seguiram-se "Eva Luna" (1985), "Histórias de Eva Luna" (contos, 1989), "Paula" (sobre a doença e morte de sua filha, 1991), "Plano infinito" (1993), "Afrodite" (histórias e receitas afrodisíacas, 1994) e "Filhas da fortuna" (1999).


Confira o site oficial de Isabel Allende.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Você Surpreendeu... E me Conquistou!!!

Esse selo eu recebi da Bárbara do blog Livros que eu já li. Adorei a proposta desse selinho! Valeu, Bárbara! Se eu blog também me surpreendeu e me conquistou, viu?! :)

Regra: Indicar 15 blogs a quem vai ser atribuído o selo e dizer porque nos conquistaram!

Lá vai:

Lúcia
Porque o blog dela tem de "um tudo" e lá dividimos com ela as suas alegrias, tristezas e, atualmente, saudades.

Nat
Porque ela é uma querida, ama ler, como eu. E, acima de tudo, leva seu blog muito a sério e respeita demais as suas leitoras.

Dri
Dessa eu sou fã incondicional. Tem problemas, como toda mulher, profissional, mãe, dona de casa, amante sensual....mas mantém o bom humor e sempre consegue me fazer rir. Adoro!

Renata

Blog com muita coisa legal e diversificada, no mesmo estilo do blog que eu tinha antes de criar o leitura.

Ariadne
Ela é uma querida e seu blog é cheio de histórias ótimas!

Alê
Ela também é uma querida, seu blog é ótimo e acho demais o cuidado que ela tem em SEMPRE visitar os blogs amigos. O carinho dela é mega importante!

Ludmilla
Outra fofa que sempre vem até aqui encher meu cantinho de palavras carinhosas e positivas. Adoro o blog dela que, como ela mesmo diz: é um lugar para ela escrever do quwe gosta! E isso já é o bastante para transformá-lo em um lugar para passarmos bons momentos todo dia!

Elaine

Preocupa-se em dar dicas para fazer da blogosfera um lugar mais agradável. Fez uma blogagem coletiva que foi um super sucesso e é uma querida que visito diariamente, mesmo que virtualmente.

Rossana
Meiga e muito fofa, tem o blog para escrever de tudo um pouco e um outro site para divulgar seu produtos, que são um arraso!

Canto de Meninas

Qualidade puta, postagens super interessantes. Passagem obrigatória!

Phoenix

Agradável, interessante e cheio de qualidade!

Aline
Uma querida que sempre está por aqui, deixando sua contribuição para meu posts. Adoro!

Manu
Doutora em crise constante que transforma todos os seus devaneios em posts maravilhosos! Passo sempre!

Taís
Posts extremamente pertinentes e com uma super qualidade. Adoro!!!

Ruby
Nunca conheci alguém com tanta habilidade, criatividade e talentos manuais. Imagino que a casa dela deva parecer um pedacinho de um mundo encantado. Acho demais ela mostrar tudo o que faz e ainda dividir com todas as suas fãs, explicando sempre o passo-a-passo e não economizando nas fotos. Ela é um sucesso!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Quando um e-mail emociona

A Silvia Ferreira Calçada, uma leitora assídua aqui do Leitura que recebe todos os meus posts por e-mail (porque ela cadastrou seu e-mail aqui na coluna direita do blog), tem o cuidado de me enviar mensagens por e-mail comentando tudo o que posto aqui no Leitura. Sempre que vejo o nome dela na minha caixa de entrada me animo toda e vou correndo ler, da mesma maneira que me sinto feliz sempre que recebo um novo comentário no blog.

Mas, esse e-mail foi especial. Ela escreveu uma mensagem singularmente bonita e resumiu tudo o que meu blog significa para mim. Parce que ela leu meus pensamentos no momento em que criei o blog e registrou tudo nesse e-mail. Então, como blogar é compartilhar, reproduzo abaixo a mensagem de Silvia na íntegra. Espero que vocês sintam-se tocados como eu me senti, porque esse elogio acaba se estendendo a todos os blogueiros que se esforçam, que se doam, que se dedicam. O comentário foi sobre o post anterior, a resenha de Eu, Prisioneira das FARC. Confiram:
Carla, eu acompanhei mais ou menos a libertação dessa mulher e também tinha achado estranho as circunstâncias que envolvem o sequestro. Todo mundo estranhou. Estou surpresa com o modo incisivo que você abordou as incoerências desses nossos "vizinhos".Isso me orgulha.

Outro dia você falou de uma maneira quase humilde sobre aquela muçulmana, "agradecendo", pela liberdade da qual desfrutamos. Isso soou como um alerta sutil e promoveu alguns nós na minha cabeça.

Estou querendo dizer que essa sua maneira de "se colocar" e indagar o autor, com a devida intimidade de quem conhece sua obra, é comovente. Duvido que isso fosse possível na imprensa comum. Por isso tudo quero dar um SALVE! a democracia blogueana e a respiração virtual a que temos direito em tempos lamentavelmente sinistros, onde entretanto, é possível lutar da sala de nossas casas.

bjs
Silvia, essa foi a minha maneira de agradecer a você pelo seu carinho e, mais do que isso, pelos minutos do seu dia que você dedica à leitura dos meus posts. E esse agradecimento se estende a todos os leitores aqui do Leitura. Notem como estou romântica hoje! :)

Mas, de verdade, para uma jornalista, receber esse tipo de elogio significa demais!


Porque, no fim, a vida vale a pena quando reunimos um baú bem grande de memórias boas e emoções sentidas. E o meu baú já tá enoooooorme com 27 anos de existência. Ae!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Eu, prisioneira das FARC - Clara Rojas - Ediouro


Estava super empolgada para ler esse livro e descobrir o fato mais polêmico do sequestro de Clara Rojas: sua gravidez e o nascimento de seu filho, Emmanuel.

Comecei a leitura e já fiquei passada com o cenário que culminou no sequestro, por seis anos, de Clara Rojas (juntamente com Ingrid Bittencourt, que foi libertada depois).
Clara havia recebido alertas de que a viagem que estava prestes a fazer era perigosa e ela, por sua vez, alertou Ingrid sobre o perigo, pedindo para que ela não fosse. Mas, Ingrid insistiu que iria sozinha se fosse preciso. Mostrando profissionalismo e amizade, já que Clara era a diretora da campanha a presidência de Ingrid, ela seguiu com Ingrid e acabou sequestrada junto com a amiga, que depois virou as costas para ela e acabou por ignora-la por completo no cativeiro.

O livro emociona, mas ao mesmo tempo me deixou super confusa com algumas questões.

Primeiro, achei admirável ela falar dos guerrilheiros com tanto respeito e, algumas vezes, até com carinho. Não estive na pele dela e nem imagino como seja ficar 6 longos anos no meio de uma selva, com pessoas estranhas, longe de quem eu amo e sem perspectiva nemhuma. Acho que, no mínimo, eu enlouqueceria.

Depois, achei super fofa a maneira com que os cativos eram tratados!! Pasmem! Isso porque, pelo que li no livro, todos eram tratados com muito respeito, recebiam explicações quando pediam, recebiam os objetos e artigos que precisavam e eram alvo da preocupação constante dos sequestradores. Não houve agração nem verbal, nem física durante todo o tempo em que aqueles 20 cativos ficaram presos no meio da selva. Ou ela floreou os fatos ou, realmente, esses guerrilheiros não eram tão mals assim. Fiquei mega surpresa!

Outro detalhe que me deixou sem entender nada é a relação conflituosa que os cativos mantinham. Segundo Clara, havia brigas constantes, ela era hostilizada a todo tempo pelos outros sequestrados e Ingrid, antes sua amiga, teve atitudes completamente horríveis e sem sentido no cativeiro em relação a ela. Não consegui entender o sentido de tudo isso. O que será que Clara fez para Ingrid? Porque pessoas sequestradas preferiam brigar ao invés de se unir? O que ocasionava essas brigas? Não sei, porque ela não explica nada disso no livro.

Agora, se teve um fato que me decepcionou no livro foi a sua gravidez. Que ela é um assutno particular de Clara, é mesmo, como todo o resto de sua experiência traumática. Mas, se ela se propôs a escrever um livro sobre seu sequestro, tem que escrever um livro que fale absolutamente tudo sobre ele. E o fato mais polêmico, ou seja, como ela engravidou (estupro? caso de amor? com cativo ou com guerrilheiro?) e o que aconteceu ao pai de Emmanuel foi simplesmente ignorado no livro, com a desculpa de que ela ainda não estava preparada para contar. Desculpa, flor, mas então escrevesse o livro quando estivesse preparada, néaaammm?

Pelas entrelinhas, entendi que o pai é mesmo um guerrilheiro, e que ela teve uma relação amorosa com ele por livre e espontânea vontade (acredito que por isso ela era tão hostilizada pelos outros cativos). Mas, tudo isso é suposição, né? Não há nada no livro que comprove isso. Será que ela se apaixonou? Como será que ela se sentiu ao saber que estava grávida? O livro seria perfeito se essa informação estivesse lá, completinha para os leitores ficarem por dentro de tudo!

Clara consegue se redimir um pouco contando com detalhes o parto dramático e cheio de complicações. Fiquei aflita e não consegui parar de ler até saber como era Emmanuel e se ele havia nascido com algum tipo de problema. E nessa hora eu, se fosse Clara, teria muito nítido em minha mente que, realmente, milagres acontecem.

O momento da libertação e o reencontro com sua mãe foram pontos muito emocionantes no relato. Certamente, foi sua fé e seu auto controle que fizeram sua sanidade mental permanecer intacta.

O livro é muito bom, mas me deixou ainda mais curiosas sobre esses fatos que ficaram sem respostas. Fiquei tão curiosa que comprei o livro escrito por Ingrid Bittencourt sobre o mesmo período, chamado Cartas à Mãe. Será que algumas dessas questões serão respondidas por lá?

Vou descobrir e depois volto aqui para contar! :)

Para ver vídeos sobre a relação de Clara e Ingrid e do seu reenconotro com o filho, que foi separado dela com 8 meses e só devolvido após a libertação, quando ele já andava, falava e mal lembrava dela, acesse o site oficial do livro. No final da história, fica aquela sensação de pesar pelo tanto de vida que foi tirada de Clara. Mas, por outro lado, muito alívio por ela ter tido a chance de continuar nesse mundo, sã e salva.

Sobre a Autora


Nascida em 1963, em Bogotá, Clara Rojas, advogada de direito comercial, foi professora universitária e era diretora da campanha de Ingrid Betancourt pelo Partido Verde Oxigênio para presidente da Colômbia em 2002, antes de ser sequestrada pelas Farc. Vive hoje com o filho Emmanuel na capital colombiana.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Prisioneira em Teerã - Marina Nemat - Planeta

Forte e revoltante. Assim é Prisioneira em Teerã, livro que me envolveu do começo ao fim e me fez ansiar pela próxima página, capaz de fazer brotar nos leitores uma mistura de sentimentos, inclusive de impotência, por não podermos fazer nada para mudar essa realidade.

Outros sentimentos que surgiram em mim foi leveza, paz e vontade de agradecer muito por ter nascido em um país onde as mulheres conquistaram respeito e direitos de igualdade, mesmo sabendo que muitas mulheres ainda passem por situações de preconceito, violência e tratamento diferenciado e machista. Porém, quando tudo isso é ancorado em religião, tudo fica mais enraizado, fanatizado e estabelecido como verdade única e inquestionável.

A história do livro é tão absurda que parece ficção, e daquelas bem criativas. A autora tinha apenas 16 anos quando foi presa, torturada e condenada à morte, sem direito a defesa. Porém, quem diria, um dos carcereiros se apaixonou por ela e salvou-a do fuzilamento, momentos antes de Marina ser assassinada. Ela sobreviveu, mas os horrores vividos naqueles dois anos nunca serão esquecidos. E, depois, Marina ainda teve que passar por mais tristezas e decepções. Mas isso você só vai entender quando ler o livro.

E lá, em cada página, é impressionante como a autora consegue passar essa angústia que a acompanhará para sempre. Pior do que tudo, acho que é não ter direito de escolha. E isso foi exatamente o que aconteceu a Marina.

Um livro que, decididamente, vale a pena ser lido!

Sobre a Autora

Marina Nemat cresceu em Teerã, no Irã. Em 1991, emigrou para Toronto, Canadá, onde vive até hoje.

Confira o site oficial da autora. Encontrei também uma entrevista com ela:


terça-feira, 17 de novembro de 2009

Blog muito muso

Ganhei esse selinho lindo da Bárbara, do Livros que eu já li. Amei!!!

As regrinhas:


Meus 4 sonhos:
- Viajar todo ano
- Crescer cada vez mais profissionalmente
- Conseguir criar meus futuros filhos da maneira que eu gostaria
- Ter saúde até o dia da minha morte (quando eu for bem velhinha, please)


Meus 4 blogs indicados:

- Renata
- Dri

- Aline

- Tati

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Novas Aquisições (ou Não Resisti!)

A querida Cássia, leitora assídua do Leitura, enviou-me um e-mail semana passada avisando sobre uma super promoção do Submarino. Eram milhares de livros por apenas R$ 10,00.

Então, pensei comigo: vou só dar uma olhadinha, não posso comprar livros enquanto não diminuir a fila de obras para ler da minha estante de inéditos.


Pois é, mas o problema foi exatamente querer dar uma olhadinha. Acabei levando 5 para casa, dois para dar de presente e três para mim!


Olha as minha
novas aquisições:











































Já leu algum (ns) desses?
Gostou? Me conta!!!

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

O Segredo do Hamas - Rafael M. Palermo - LCTE Editora

O Segredo de Hamas é uma obra policial de tirar o fôlego, como diz a sinopse do livro. E é mesmo! Você lê uma página já pensando nas revelações e desdobramentos que virão na próxima.

A história traz um plano de fundo real, em combinação com fatos ficcionais, o que dá um gosto todo especial à trama. Os capítulos são construídos de maneira irregular. Você termina um capítulo sabendo de um fato que terá toda a sua explicação dada apenas alguns capítulos a frente.

Do mesmo modo, pode começar a ler um capítulo que traz a história do ponto de vista de um outro personagem, mas que acaonteceu exatamente ao mesmo tempo em que os fatos narrados no capítulo anterior.

A maneira com que o livro foi escrito me lembra filmes como Crash e Babel, em que histórias começam a ser contadas separadamente, mas que acabam se juntando no final e dando um sentido perfeito aos fatos.

Imagino o quanto deve ter sido complicado escrever um livro nesses moldes, ainda mais porque aprendemos desde pequenos que uma história deve ter início, meio e fim, sempre nessa rodem. Talvez seja por quebrar esse paradigma que achei o livro tão interessante e instigante. Por ser apenas o segundo livro escrito por Rafael Palermo, não imaginei que fosse gostar tanto. Mas, a história é tão amarrada e tão carregada de realidade que eu adorei a experiência.

Por outro lado, exatamente por ser o segundo livro de sua carreira como escritor, Palermo talvez tenha pecado em alguns pontos. Por exemplo, já que a história é construída de maneira não linear, desafiando o leitor a mergulhar na história para não se perder, fica estranho todos os fatos serem tão bem explicados, às vezes mais de uma vez. Parece que a dúvida de estar sendo claro na narrativa acabou por subestimar o leitor.

Outro ponto que notei foi a repetição de algumas palavras no mesmo parágrafo. A leitura fica mais agradável e o autor passa mais credibilidade quando recheia o livro com um vocabulário rico, abusando de sinônimos ou simplesmente cortando palavras desnecessárias, que não deixam o texto parecer repetitivo.

Porém, esses dois fatos não apagam o brilho da obra, que é uma ótima pedida para quem gosta de adrenalina, história, tramas bem amarradas, ação e um final que mexe com a emoção de qualquer um.

Mas, o livro é sobre...

Um jovem pianista brasileiro decide visitar a terra de seus antepassados – Israel - em novembro de 2004. Tudo começa a dar errado quando, ao desembarcar, ele é assaltado e perde todo seu dinheiro e documentos. Em meio à busca por ajuda, acaba perdendo a memória num atentado à embaixada brasileira e vê em Joseph Sukur, um simpático palestino, sua chance de sobrevivência.

Mas nem mesmo Joseph poderá ajudá-lo quando um segredo de enormes proporções cai em seus ouvidos. O Segredo de Hamas é uma obra de ficção que se passa em uma zona real de conflito, e levanta ironias e questões de uma guerra que parece não ter fim.


Sobre o Autor

Conheci Palermo há alguns anos, quando trabalhamos juntos em uma produtora digital. Na época, ele lançava seu primeiro livro, Estupidez Crônica. Li os dois e é notável a evolução do escritor. Gostei infinitamente mais de O Segredo de Hamas.

Palermo é redator publicitário e, além de esccritor, é músico nas horas vagas. Mora em São Paulo e, aos 28 anos, já tem dois livros publicados. E aposto que o terceiro já está sendo planejado...

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Minha nota 10 é para você!


Ganhei esse mimo fofíssimo da Jojo. Obrigada, flor! Amei!

Regras:
- Escrever uma lista com oito características suas ou do seu bichinho.
- Convidar oito blogueiros para receber o selinho.
- Fazer um comentário no blog de quem deu o selo.
- Comentar nos blogs ou enviar um e-mail aos que vão receber o selinho.

As características do Pança, meu filho peludo, meu Boston Terrier:

- Persistente
- Carinhoso
- Medroso
- Guloso
- Brincalhão
- Amoroso
- Ansioso
- Lindo!!!

Os blogs indicados

- Cantinho da Carolina
- Colcha de retalhos
- Compartilhando Leituras
- A Devoradora de Livros
- GAROTA CURIOSA
- Livros com coração...
- Anti conto de Fadas
- Meu Canto, Minha Prosa

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

É bom saber que você está aí!


Ganhei esse selinho LINDO da Bárbara, do Livros que eu já li. Amei!

As regras:
Qual o significado dos comentários que seus amigos fazem em suas postagens?

Eles são o reconhecimento do meu trabalho, dos meus textos, do compartilhamento de experiência com meus leitores. Cada um me toca de uma maneira, mas todos são muito especiais.

Indicar 6 blogs. (De preferência, daquelas pessoas que você corre nas suas portagens para ver se ela comentou):

- Menina da Bahia
- Mãe, esposa, dona de casa, trabalhadora....
- Um pouco de mim
- Livros de Bia
- Vem ni mim lili demorada
- La Sorcière

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A Tragédia da Rua da Flores - Eça de Queiroz - Livros do Brasil

Silvia Calçada, leitora assídua e super participativa aqui do blog, escreveu uma resenha super legal sobre a obra. Ela sempre comenta meus posts por e-mail e eu adoro cada vez que vejo que minha caixa de entrada tem mais uma participação sua.

Confiram as palavras de Silvia sobre o clássico:

Muito antes de Hitchcock nascer, Eça poderia ter sido considerado o mestre do melodrama de suspense.

A despeito da falta de música, o ritmo da perseguição de Timoteo à Genoveva envolve o leitor de modo que este passa a fazer parte do cenário, sentindo-se também ele, o leitor, manipulado por Timoteo, o único a deter a clareza dos fatos. Protagonista e vilã, ambos prezam acima de tudo Vitor, jovem de vinte e dois anos, futuro advogado, herdeiro de Timoteo.

A sutileza com que o autor vai revelando os prenúncios da tragédia é digna do melhor dos trillers. Genoveva, aos dezesseis anos, é casada com Pedro em Lisboa, foge com outro homem e percorre uma carreira libertina como cortezã. Em Paris, sobrevive e ascende explorando os próprios dotes em detrimento do patrimônio do sexo oposto.

Retorna a Lisboa, aos trinta e oito anos e, já nos primeiros capítulos o ressentimento de Timoteo é expressado por palavras rancorosas que profere ao ver Mme de Molineux desembargando para ocupar sua nova residência, no quarto andar de um sobrado na rua das Flores. Não a reconhece de imediato. Mostra-a paulatinamente a si mesmo. Em princípio odeia-a por envolver-se com o sobrinho Vitor a quem ama, porém substima, tentando controlar seus gestos e sentimentos.

Ao descobrir que Genoveva e Mme. de Molineux são a mesma pessoa, Timoteo continua no controle não permitindo que Vitor descubra que a paixão que o arrebatara viera de sua própria mãe.

Eça, modestíssimo


Embora essa obra não tenha sido revisada pelo autor, ele mesmo a considera o melhor de seu legado: "uma verdadeira bomba literária e moral"... modestíssimo.

Longe de ser mais uma historinha sobre incesto baseada no mito de Édipo, a Tragédia da Rua das Flores traz em seu arcabouço, o decadente colonizador Europeu, a mediocridade de uma burguezia que se corrompe por dinheiro, colocando-o acima da espiritualidade, e o início de sua derrota intectual e filosófica diante da qual assistíamos os valores modernos misturarem-se com comportamentos tradicionais, em diálogos falaciosos, nos quais protagonista e antogonista, por cobiçaremm cada vez mais poder, acabam ambos por carregar o peso da própria mesquinhez.

É uma verdadeira arca de Nóe para os que estudam o fascismo a fim de criar meios de evitá-lo do ponto de vista profilático.

Tenho 50 e Odeio Timoteo

Fosse nos dias de hoje, Eça poderia ter partido dessa "ficção" para desenvolver uma tese de mestrado sobre o controle das massas, por meio do uso da força e da repressão libidinal, além do cerceamento econômico, claro. Li aos vinte e dois anos. Tenho cinquenta e ainda odeio Timoteo.

É uma obra ao mesmo tempo particular e plural. Eça remeteu-se aos gregos para escancarar as chagas de um Lisboa que, pouco após, autoritária entrégasse aos desmandos de um Salazar. Está tudo ali. Moralismo,burquesia, hipocresia e ganância, da cegueira do povo é que nasce o líder.

A Tragédia da rua das Flores é uma das mais lindas metáforas sobre o valor da razão.

Sobre o Autor


Diplomata e escritor muito apreciado em todo o mundo e considerado um dos maiores escritores portugueses de todos os tempos, Eça de Queirós nasceu José Maria Eça de Queirós, em Póvoa de Varzim-Portugal, no dia 25 de Novembro de 1845. Seu nome muitas vezes tem sido, de forma equivocada, grafado como "Eça de Queiroz".

Eça de Queirós morreu em Paris-França, no dia 16 de Agosto de 1900 (Funeral em Lisboa - 17 de Agosto)

Era filho do Dr. José Maria Teixeira de Queirós, juiz do Supremo Tribunal de Justiça, e de sua mulher, D. Carolina de Eça. Depois de ter estudado nalguns colégios do Porto matriculou-se na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, completando a sua formatura em 1866. Foi depois para Leiria redigir um jornal político, mas não tardou que viesse para Lisboa, onde residia seu pai, e em 1867 estabeleceu-se como advogado, profissão que exerceu algum tempo, mas que abandonou pouco depois, por não lhe parecer que pudesse alcançar um futuro lisonjeiro. Era amigo íntimo de Antero de Quental, com quem viveu fraternalmente, e com ele e outros formou uma ligação seleta e verdadeira agremiação literária para controvérsias humorísticas e instrutivas. Nessas assembléias entraram Ramalho Ortigão, Oliveira Martins, Salomão Saraga e Lobo de Moura.

Estabeleceram-se então, em 1871, as notáveis Conferências Democráticas no Casino Lisbonense (V. Conferência), e Eça de Queirós, na que lhe competiu, discursou acerca do "O Realismo como nova Expressão de Arte", em que obteve ruidoso triunfo. Decidindo-se a seguir a carreira diplomática, foi a um concurso em 21 de Julho de 1870, sagrando-se o primeiro colocado e, em 1872, obteve a nomeação de cônsul geral de Havana, para onde partiu. Permaneceu poucos anos em Cuba, no meio das terríveis repressões do governo espanhol.

Em 1874 foi transferido para Newcastle; em 1876 para Bristol e, finalmente em 1888, para Paris, onde veio a falecer. Eça de Queirós era casado com a Sr.ª D. Emília de Castro Pamplona, irmã do conde de Resende. Colaborou na Gazeta de Portugal, Revolução de Setembro, Renascença, Diário Ilustrado, Diário de Notícias, Ocidente, Correspondência de Portugal, e em outras publicações.

Para o Diário de Notícias escreveu especialmente o conto 'Singularidades duma Rapariga Loura' (1873), publicada como 'livre brinde' aos assinantes do jornal, em 1874, e a descrição das festas da abertura do canal do Suez, a que ele assistiu em 1870, publicada com o título 'De Port Said a Suez', no referido jornal, folhetim de 18 a 21 de Janeiro do mesmo ano de 1870. Na Gazeta de Portugal, de 13 de Outubro de 1867, publicou um folhetim com o título 'Lisboa', seguindo-se as 'Memórias de uma Freira' e 'O Milhafre'; em 29 de Agosto de 1869, o soneto 'Serenata de Satã às Estrellas'.

Fundou a Revista Portugal com a colaboração dos principais e mais célebres homens de letras do seu tempo. Saíram desta revista 24 números, que formam 4 tomos de 6 números cada um. Para este jornal é que escreveu as 'Cartas de Fradique Mendes'. Na Revista Moderna publicou o romance 'A Ilustre Casa de Ramires'.

Mande a sua resenha!

Se você também quer participar da Resenha do Leitor, entre em contato pelo carla.martins16@gmail.com. Vou a-d-o-r-a-r! :)

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

As 5 revelações - selo e meme da Elaine!


Vindo dela, é claaaaaaro que eu participaria! Ainda mais pelo motivo que a levou a criar a brincadeira: sua indicação no Veja Blog. Parabéns, querida!

Vamos às respostas:


a) Eu já fui gordinha
b) Eu nunca fui internada
c) Eu sei que ainda tenho muito o que aprender
d) Eu quero ser mãe um dia
e) Eu sonho em viajar o mundo


Indico a brincadeira para blogs que eu adoro:

LiVrOs QuE eU jÁ Li :P
Meu Canto, Minha Prosa
Vem ni mim lili demorada
Chuva de Livros
Entre Páginas
Lucia in the sky
Malos Hábitos
Menina da Bahia
Mulheres Românticas
Colcha de retalhos
tudoporumenoventaenove
Coisas Minhas
Meu Cantinho Da Leitura

terça-feira, 3 de novembro de 2009

A Virgem na Jaula - Ayaan Hirsi Ali - Companhia das Letras

Eu e minha ansiedade...pedi esse livro em um dos muitos amigos secretos dos quais participo todo ano. Ganhei. Adorei o presente e, como na época não tinha a fila enorme de livros esperando para serem lidos como tenho hoje, resolvi começar logo a ler. O problema é que, na época, não sabia que, antes de A Virgem na Jaula ser publicado, Ayaan Hirsi Ali já havia escrito Infiel. Como toda sequência, um livro complementa o outro e eu acabei lendo o segundo sem ter lido o primeiro. Por isso, às vezes me senti perdida e pouco envolvida com a história.

Achei uma história meio fria, mais sobre política e religião do que sobre as lutas pessoais pelas quais
Ayaan Hirsi Ali passou, que era o que eu esperava encontrar na obra. Mas, certamente, o livro fará muito mais sentido quando for lido depois de Infiel, livro que já está na minha estante, a espera da sua vez. :)

Lerei A Virgem na Jaula de novo, depois, e complementarei essa resenha. Mas, por hora, posso dizer que é um livro muito legal para aprender um pouco mais sobre a cultura muçulmana, alguns casos de desrespeito à mulher e compreender muito da luta de Ayaan Hirsi Ali e sobre seus pensamentos e opiniões. Mas, se você for ler, leia o Infiel primeiro, por favor. :/

Sobre a autora

Após descarregar toda a munição da pistola no cineasta Theo van Gogh, o fundamentalista islâmico Mohammed Bouyeri aproximou-se da vítima. Ajoelhado numa rua de Amsterdã, Van Gogh murmurou: "Tem certeza de que não podemos conversar?". O assassino cortou-lhe a jugular com uma faca de açougueiro e, com outra, espetou no cadáver uma carta endereçada à holandesa de origem somali Ayaan Hirsi Ali: "A próxima será você". Ayaan é parlamentar em seu país e roteirista de Submissão – Parte I, o curta-metragem de Van Gogh sobre a repressão sofrida pelas mulheres no Islã. Veja abaixo:



Esse é um assunto que ela conhece bem. Aos 5 anos, sofreu excisão do clitóris. Aos 22, fugiu de um casamento arranjado com o primo pelo pai. Refugiada na Holanda, trabalhou como tradutora nos centros sociais para imigrantes e foi brilhante universitária de ciências políticas. Na semana passada, sete meses depois da ameaça de morte, Ayaan, uma negra longilínea de 35 anos, desceu de um carro blindado numa ruela de Paris.


Infibulação do clitóris

Aos cinco anos Ayaan e sua irmã de 4 anos sofreram a infibulação do clitóris numa cerimônia organizada pela avó, apesar da oposição do pai a esta prática. Também chamada de excisão faraônica, a infibulação é considerada a pior de todas, pois, após a amputação do clitóris e dos pequenos lábios, os grandes lábios são seccionados, aproximados e suturados com espinhos de acácia, sendo deixada uma minúscula abertura necessária ao escoamento da urina e da menstruação.

Esse orifício é mantido aberto por um filete de madeira, que é, em geral, um palito de fósforo. As pernas devem ficar amarradas durante várias semanas até a total cicatrização. Assim, a vulva desaparece sendo substituída por uma dura cicatriz. Por ocasião do casamento a mulher será “aberta” pelo marido ou por uma “matrona”, mulheres mais experientes designadas a isso. Mais tarde, quando se tem o primeiro filho, essa abertura é aumentada. Algumas vezes, após cada parto, a mulher é novamente infibulada.


Nossa, só de ler isso já fico com uma super aflição...e agoniada por saber que tanta mulher ainda passa por essa mutilação. Será que nos primeiro livro a autora fala sobre esse assunto?

Sobre o livro

A obra é resultado da convivência com outras vítimas de maus tratos sob o jugo do Islamismo. O livro apresenta uma crítica não apenas aos costumes mulçulmanos, mas também ao multiculturalismo e tolerância execissava com que o Ocidente trata este casos.

"Este livro é imensamente importante, veemente, desafiador e necessário. Deve ser lido pelo maior número de pessoas possível, pois diz a verdade - a verdade crua e desconfortável." - Salman Rushdie.

Aqui, é possível conferir uma entrevista publicada na Veja com a escritora.

Veja sua entrevista no Roda Viva:


sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Fahrenheit 11 de Setembro - Michael Moore - W11

Indignante. Essa é a palavra que melhor define Fahrenheit 11 de Setembro, a versão em livro do documentário de Michael Moore. O documentário parte de uma premissa (a de que Bush não presta) e, a partir daí, vai reunindo provas, analisando fatos e buscando depoimentos e reforcem / comprovem essa teoria.

Em Fahrenheit, Moore faz jornalismo, mas um jornalismo parcial, que claramente escolheu um lado e foi em busca de provas.

Acusam o autor de caluniador, mentiroso e oportunista. Mas, sendo verdade ou não, tudo o que o livro traz de informação faz, realmente, muito sentido.
E, partindo do princípio de que o acusado é ninguém menos que Bush, confesso que esse já é meio caminho andado para eu acreditar plenamente no que li em Fahrenheit.

Adorei o livro e fiquei super envolvida. Como não assisti ao documentário, posso garantir que a experiência é muito rica para aqueles que assistiram e também para aqueles que, como eu, só ficaram na vontade (ploe menos até agora, porque assim que der vou correndo alugar o documentário!).

O formato do livro talvez seja estranho para algumas pessoas, porque ele é exatamente o roteiro do documentário, com a diferença de que, no final, é possível ler os documentos utilizados para relacionar os fatos abordados, que Moore anexou ao livro. Eu consumi a obra como uma louca, não queria parar de ler, saía andando pela rua com o livro em punho, fazendo caras e bocas ao ler as descobertas do jornalista.

Entenda o Título

Encontrei uma explicação na internet sobre o nome do livro: trata-se de uma brincadeira com o livro Fahrenheit 451, de Ray Bradbury.

Por que vale a pena?

Tendo visto o documentário ou não, o livro vale a pena ser lido, principalmente, porque mostra como o diretor destrinchou os fatos em torno da história política de George W. Bush, dos atentados de 11 de Setembro e da guerra no Iraque, e como os utilizou em sua narrativa documental.

Além do roteiro completo, o livro inclui uma extensa relação de fontes e provas que servem de suporte para os relatos apresentados no filme, reunindo ainda artigos, cartas, fotos e cartuns sobre o mais influente documentário de todos os tempos, elogiado pela crítica e pelo público.

O Filme

Antes mesmo de estrear, o filme já gerava polêmicas e quando entrou em cartaz nos EUA, em 24 de junho de 2004, bateu o recorde de bilheteria para um documentário. O filme de Moore ganhou, com unanimidade, o prêmio de melhor filme de 2004, concedido pelo júri do Festival de Cannes, sendo o primeiro documentário norte-americano a ganhar a Palma de Ouro em Cannes.

Confira a crítica no Omelete.

Assista a algumas partes do documentário:




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Amante Proibido...ui!


Ganhei esse selinho super criativo da Bárbara, uma querida do Livros que eu já Li.

Obrigada, flor!

As regras:
Responder "Quem seria seu amante proibido?"
Rodrigo Santoro e/ou Johnny Deep (e/ou foi ótimo, né?)

Indicar para outros blogs:
- Lost in Chick-Lit
- tudoporumenoventaenove

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Quando Nietzsche Chorou - Irvin D Yalom - Ediouro

O livro tem uma proposta super interessante e, por isso, fiquei mega curiosa para ler. Trata-se de uma obra que conta a história do início da psicanálise e que junta dois nomes que não viveram na mesma época, como se eles tivessem se conhecido, ficado amigos e até se relacionado como paciente / médico: o Dr. Breuer (um dos pais da psicanálise) e o filósofo Fiederich Nietzsche.

A criatividade, o contexto e o desenrolar da trama são muito bem desenvolvidos na obra, mas o livro não me marcou e, em alguns momentos, até me cansou um pouco.

Porém, a pesquisa realizada em cima das características reais de cada personagem e, depois, a construção de uma realidade paralela em que esses dois personagens se encontram e convivem como se tivessem realmente se conhecido merecem destaque especial. Essas caracteristicas são tão marcantes que, depois de algumas páginas lidas, o leitor começa a acreditar realmente na proximidade das duas figuras históricas, sem saber o que é criação do autor e o que refere-se à pesquisa e a dados reais sobre ambos.

Muita gente gostou, a crítica elogiou mas, em mim, infelizmente o livro não teve o impacto que eu esperava, talvez pelo simples fato de o tema central - a psicanálise - não ser um assunto sobre o qual estudei ou com o qual trabalho. Talvez se fizesse parte mais ativa do meu dia-a-dia, o livro desempenhasse em mim um papel maior.

Não é que eu não tenha gostado do livro, eu até gostei, mas costumo dizer, a quem me pergunta, que eu "gostei médio".

Nas minhas buscas pelo oráculo - Google, o que seria dem im sem você? - encontrei uma resenha que diz exatamente o oposto da minha. Aqui, o livro recebe apenas elogios, e o fato de não ter sido presa e nem ter me envolvido tanto com a história teve o efeito inverso nesse leitor.

Mas, há uma caracteristica muito legal no livro. Por misturar muito ficção e realidade, o leitor, como mencionei a cima, acaba sem saber o que foi obra da imaginação do autor e o que foi resultado de pesquisa. Mas, no epílogo, o autor explica exatamente o que é fato e o que é ficção no seu livro. Muito bom para o leitor entender e não se sentir perdido depois que terminar a leitura.

Virou filme

O livro já virou filme há algum tempo e eu tenho muita curiosidade de assistir, para ver se o efeito é diferente do despertado pelo livro.

Assim como o livro, o filme conta a história de um encontro fictício entre o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (Armand Assante) e o médico Josef Breuer (Bem Cross), professor de Sigmund Freud (Jamie Elman). Nietzsche é ainda um filósofo desconhecido, pobre e com tendência suicidas. Breuer passa por uma má fase após ter se envolvido emocionalmente com uma de suas pacientes, Bertha (Michal Yannai), com quem cria uma obsessão sexual e fica completamente atormentado.

O filme tem 105 minutos de duração e é recomendado para maiores de 14 anos.

Diretor: Pinchas Perry. Elenco: Katheryn Winnick, Armand Assante, Ben Cross, Michal Yannai, Jamie Elman, Andreas Beckett, Rachel O'Meara
.

Veja o trailer do filme:




Sobre o Autor

Irvin D. Yalom (nascido em 13 de Junho de 1931) é um escritor americano. Filho de imigrantes russos, formou-se em psiquiatria na Universidade de Stanford e está há 47 anos em Stanford, é ateu.

Tornou-se conhecido quando sua obra Love's Executioner and Others Tales of Psychotherapy, publicada em 1989, alcançou a lista de livros mais vendidos nos Estados Unidos. Na mesma linha, seguiu-se Momma and the Meaning of Life (1999). Seu primeiro romance foi Quando Nietzsche Chorou (1992). Lançou também A Cura de Schopenhauer, Mentiras no divã e Os desafios da terapia.

Em Quando Nieztche chorou, Irvin Yalon romantiza a vida de Friedrich Nietzsche e Josef Breuer. Apesar dos personagens principais da trama nunca terem se conhecido (o próprio autor afirma em suas observações no final do livro), o romance é parcialmente baseado em fatos reais.

Dentre os modernos escritores, poucos têm se mostrado tão capazes de emplacar best-sellers quanto Irvin D. Yalom. Seus livros já foram vendidos em números que ascendem aos milhões e traduzidos para muitas línguas.

Psicoterapeuta por formação, seus livros estão sempre relacionados à psicologia e, por conseqüência, à mente e às idéias. No Brasil, teve destaque apenas quando saiu por aqui seu primeiro romance: Quando Nietzsche Chorou.