segunda-feira, 26 de agosto de 2013

3096 dias - Natascha Kampusch - Ed. Verus


Soube dessa historia por matérias na internet e fiquei chocada! Como alguém pode suportar viver por 3096 dias presa, sendo torturada, tendo suas vontades e necessidades totalmente cerciadas, passando fome até quase desfalecer, sem contato físico com ninguém (a não ser com seu sequestrador) e sobreviver?

Nem que eu passe um dia inteiro pensando nisso e me colocando no lugar dela vou conseguir sequer ter uma ideia do que eu faria e de qual seria minha reação, se a sequestrada fosse eu.

Esse sequestro aconteceu há anos, mas recentemente um caso parecido virou notícia no mundo inteiro. Um homem manteve três mulheres sequestradas por 10 anos, até que elas conseguiram escapar. Leia mais aqui. Quando vi a matéria no noticiário, lembre do livro de Natascha Kampusch na hora!

Mesmo tendo sido sequestrada aos 10 anos de idade, nunca poderemos dizer que Natasha não tenha coragem. Além de ter encontrado formas de se manter viva e minimamente sã nesses anos todos, ela escreveu um livro contando quase tudo depois de fugir do cativeiro. Assim, ela imortalizou o que aconteceu, ficou rica e seguiu em frente. Admiro.

Natasha estava indo para escola a pé sozinha, pela primeira vez, aos 10 anos. Ela tinha muitos problemas familiares e, naquele dia, estava bem chateada com sua mãe. Pela primeira vez na vida, saiu de casa sem dar um beijo nela. Foi a última vez que se viram. Depois daquele dia, só se encontrariam novamente 8 anos depois.

No caminho para a escola, o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil pegou-a no colo e, rapidamente, colocou-a na parte de trás de sua van, que já estava com as portas abertas, esperando a vítima perfeita passar por ali. Infelizmente, era Natasha, mas poderia ter sido qualquer outra.

Daí pra frente, ela vai ao inferno muitas e muitas vezes, mas conegue, não se sabe como, voltar de lá e manter viva a esperança de, um dia, ter sua vida de volta.

Depois de oito longos anos, ela consegue. Depois de ter vivido e suportado as piores situações e os momentos mais degradantes e humilhates que alguém pode viver. Além de tudo isso, todo o resto que ela perdeu (a adolescência, as descobertas, os momentos mágicos que se vive quando estamos nessa fase e todo o resto) não será recuperado jamais.


Nos dois primeiros capítulos do livro, ela foca muito em detalhes da história da família e da cidade em que morava, assuntos que não têm relação direta com o sequestro. Isso deixa a leitura monótona e faz com que demoremos para "entrar" na história. Depois, Natasha começa a transmitir o que ela pensava e sentia ao se ver presa 24 horas por dia em um lugar claustrofóbico e sem luz nenhuma.

É desesperador ver como o sequestro mexeu com a sua cabeça. A gente lê o livro e grita: foge, foge! Dá até raiva em alguns momentos. Questionei-me diversas vezes: o quanto será que a sanidade dela estava comprometida depois de tudo o que passou? Até onde vai nosso instinto de sobrevivência e nosso amor pela vida? O quanto podemos suportar antes de desistir de lutar?

Algumas partes do livro são um pouco arrastadas. Outras são bem tensas e fortes. A gente sofre junto, vibra junto, odeia junto e se liberta junto. E, no fim, fica o sentimento de tristeza e compaixão por Natasha que, infelizmente, nunca deverá perder esse olhar triste e desconfiado da foto da capa do livro. Recomendo!

Virou filme


A história de Natasha virou documentários e filme. Não assisti a nenhum ainda, mas pretendo.


Sobre a Autora

Natascha Maria Kampusch (Viena, 17 de fevereiro de 1988) é uma austríaca conhecida por seu sequestro aos dez anos de idade, em que passou mais de oito anos em cativeiro. Aprisionada numa cela na casa de seu captor, Wolfgang Přiklopil, desde 2 de março de 1998, quando se encontrava a caminho da escola, escapou em 23 de agosto de 2006, com então 18 anos. O caso foi descrito como um dos mais dramáticos da história criminal da Áustria.

A história de Natascha chocou o mundo, transformou-a numa celebridade nacional e internacional e resultou numa autobiografia, 3096 dias (3096 Tage), em documentários, num filme baseado em seu livro e num posterior talk show na televisão.

Fonte: Wikipedia


2 comentários:

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