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"Não deve ter sido fácil escrever esse livro" foi a frase que mais ficou rondando a minha cabeça enquanto eu mergulhava na história sincera, objetiva e muito bem narrada de Olhe nos meus Olhos. O livro é uma autobiografia de John Elder Robison, um homem que foi o primeiro filho de um casal peculiar e que sempre se sentiu diferente, por conta da extrema dificuldade em sociabilizar, olhar nos olhos e agradar as pessoas a sua volta. Fechado e introspectivo, John passou por vários consultórios psiquiátricos ao longo de sua infância, foi chamado de mau caráter e passou poucas e boas até ser diagnosticado, por pura sorte, com a Síndrome de Asperger. Por ser uma forme leve de autismo, o diagnóstico já é difícil hoje, imagine então há mais de 50 anos!
Esse livro estava há tempos na minha lista de desejados e foi uma das maiores conquistas do ano passado para a minha estante, já que ele está praticamente impossível de ser encontrado nas livrarias. Tanto é que, enquanto lia o livro, recebi a proposta de vendê-lo para uma pessoa que estava louca por ele. Como já sou adepta das trocas de livros, adorei a proposta e ele já seguiu viagem para Pernambuco! :)
Eu tinha muita curiosidade de entender mais sobre o assunto, ainda mais porque ele está intimamente relacionado com o universo infantil e, como tenho contato com muitas crianças hoje em dia e algumas receberam o diagnóstico, é importante para mim saber como essas pessoas se sentem e vêem/encaram o mundo.
E esse é o ponto forte do livro: você entende a cabeça de John, porque ele explica o tempo todo o que pensa, qual o motivo para alguns comportamentos e como eles encaram os acontecimentos da vida. Os Aspergers são muito práticos e nada políticos, mas eles são sentimentais, sim! Não ser bom em abraçar pessoas não significa que não se goste delas.
Uma passagem que me marcou foi a explicação de John sobre uma de suas expressões faciais mal aceitas pela sua família. Certa vez, vieram dar a notícia de um falecimento e John sorriu. Todos a sua volta ficaram horrorizados, chocados com a crueldade dele. E ele explica no livro que, dentro de si, sentiu alívio por não ter sido um de seus pais, e então o sorriso veio espontaneamente. Faz todo sentido! Uma pessoa sem Asperger também sentiria alívio, mas seria politicamente correto e, por respeito e convenções sociais, controlaria o sorriso que, se pudesse, também estamparia seu rosto.
O livro demorou para engrenar, mas do meio para o final melhorou muito e cheguei até a me emocionar. A maneira direta, honesta e extremamente objetiva que ele narra os fatos da sua vida são admiráveis. Com bom humor e sem meias palavras, John hoje é pai, empresário, marido e escritor. E Asperger com orgulho.
PS.: AMEI a capa do livro!
Sobre o Autor
Mora com sua esposa e filho em Amherst, Massachusetts. Sua empresa, JE
Robison Service, conserta e restaura carros europeus.
Fonte: Skoob
Oi Carla
ResponderExcluirEu AMO este livro! Li logo que saiu e acho um dos melhores sobre Asperger. Indico bastante no consultorio tbe.
Outro que eu adoro é Passarinha, que trata do mesmo tema. Se não leu, leia, é lindo!
Feliz dia dos livros pra nós, querida :)
Adoro seu blog e leio todos os post
Bjks mil
www.blogdaclauo.com
Oi, Claudia! Que lindo o seu comentário. Amei! <3
ExcluirVou procurar o passarinha. Obrigada!