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Depois de ler a trilogia da Princesa, da mesma autora, lá fui eu comprar Mayada e De amor e de Chamas, para continuar prestigiando as obras de uma mulher que escreve tão bem. Já publiquei as resenhas da trilogia. Para quem não leu, clique aqui, aqui e aqui.
Mayada é realmente igualmente bem escrito. A gente não consegue parar de ler e pensa várias vezes durante a leitura como somos abençoadas por ter nascido em um País onde as mulheres não são tratadas como seres inferiores. Mas, vamos à história, para vocês entenderem sobre o que estou falando.
Mayada conta a história de uma mulher iraquiana bem nascida, com família influente e de boas relações. No fim das contas, esse foi o "detalhe" que salvou a sua vida. Porque, do contrário, ela teria sido torturada cruelmente até seu corpo não aguentar mais e desistir de acordar após um dos desmaios frequentes que alguém que sente mais dor do que consegue suportar sofre.
O livro é forte, é verdadeiro e conta, além de histórias sobre as mulheres que dividiram a cela da prisão com Mayada, muita coisa sobre o regime de Saddam Hussein. Ler Mayada é ter uma aula de história do Iraque, também.
Em 1999, Mayada foi presa sem saber o motivo. Ela não fazia absolutamente nada que pudesse ser interpretado como oposição ao governo. Levava uma vida tranquila com os dois filhos e, do nada, foi levada para
Baladiyat, quartel-general da polícia secreta iraquiana. Lá descobriu
que estava sendo acusada de imprimir folhetos contra o governo (ela era dona de uma gráfica).
Mayada então é
colocada na cela 52 com mais 17 mulheres de diversas origens. As
mulheres-sombras, como Mayada as chamava, se encantam pelas histórias
dela e também acabam contando suas histórias, todas relatadas no livro. Elas passam a conviver, a ajudar umas às outras, a rezar pela vida da torturada da vez enquanto ela não voltava para a cela, a tratar dos ferimentos e dos ataques de tristeza, depressão e saudade. Elas passaram a se amar.
Um mês depois, Mayada foi solta, voltou para os filhos e fugiu para a
Jordânia. Perto do final do livro ficamos com muita esperança de que tudo vai acabar bem para todas as mulheres-sombras, por conta da soltura de Mayada, mas depois, ao termionar a leitura, lembramos que o livro é sobre uma história real, e não um conto de fadas.
Eu já li muitos livros sobre esse tema. Quem lê meu blog sabe que é um dos meus temas favoritos. Mas Mayada, com certeza, foi um dos melhores livros que já li. Leitura mais que obrigatória!
Sobre a autora
Jean
P. Sasson é autora da trilogia best-seller "Princesa", "As Filhas da
Princesa" e "Princesa Sultana", que mostraram ao Ocidente a realidade
sobre a vida das mulheres na Arábia Saudita. Seu primeiro livro, o
sucesso editorial "The Rape of Kwait", vendeu mais de um milhão de
cópias e alcançou o segundo lugar na lista do jornal norte-americano
"The New York Times". Sempre envolvida com temas ligados às mulheres,
Jean Sasson é americana, viveu na Arábia Saudita e viajou por todo o
Oriente Médio.
Há ainda o livro "Amor em Terra de
Chamas", da mesma autora. Tenho ele guardadinho aqui na minha estante. Em breve
posto a resenha por aqui. :)
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