sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Cartas à Mãe - Ingrid Betancourt - Agir

O livro, recheado da mais pura emoção e do mais intenso desespero, foi elaborado por meio da compilação de uma carta de 12 páginas escrita por Ingrid durante seu cativeiro na selva e dedicada à sua mãe. Escrita em 24 de outubro de 2007, a carta foi encontrada em poder dos guerrilheiros presos pelo governo da Colômbia, em Bogotá, no final de 2007. Essa carta foi um divisor de águas para o início de um movimento da opinião pública e da imprensa mundial, que passaram a cobrar uma solução para o caso, depois de tantos anos sem uma prova de vida da candidata à Presidência da Colômbia.

A carta é linda e, em muitos momentos, Ingrid agradece à sua mãe por, mesmo sem ter certeza se sua filha contonuava viva ou não, ia todo dia falar em um programa de rádio, com a esperança de que ela ouvisse. E ela ouvia.

Logo que a carta termina, o livro traz a carta em resposta, escrita por seus filhos e, depois, um posfácio com algumas informações a respeito das Farc e da situação dos sequestrados.

A carta de Ingrid é intensa, sincera, verdadeira e me emocionou por diversas vezes. Mais uma vez eu paguei mico no metrô, chorando feito criança com o livro aberto nas mãos.

Já a resposta de seus filhos mostra o quanto o orgulho e o autoritarismo de alguns políticos podem interferir na vida de várias pessoas. Ao pensar que o sofrimento de anos dessas centenas de sequestrados podia ter acabado em algumas horas é revoltante!

Ingrid x Clara Rojas

Ao contrário do livro de Clara - Eu, Prisioneira das Farc - Cartas à Mãe não conta muito detalhes do dia-a-dia na selva, afinal, por ser uma carta dirigida à família, Ingrid tenta falar de coisas boas e mandar recados, ao invés de ficar preocupando e angustiando seus entes queridos.

O livro é pequeno e pode ser lido em poucas horas, ao contrário do livro de Clara, que é um pouco maior.

Outra diferença é a questão da amizade. No livro de Clara, comentei na resenha sobre o encerramento estranho e misterioso da amizade entre as duas. Comprei o livro de Ingrid com o objetivo de conseguir essas respostas, o que não aconteceu. Pior do que escrever de forma obscura sobre o assunto, como fez Clara, é simplesmente não mencionar o nome da amiga, como fez Ingrid.

Ou seja, minhas perguntas continuam sem resposta, mas Cartas à Mãe é lindo, transborda amor e vale a pena ser lido por quem acompanhou todos aqueles acontecimentos e para quem, como eu, não consegue entender o que fez um mulher como Ingrid Betancourt aguentar todos aqueles anos de profundo sofrimento.
Eu, sinceramente, não sei se teria conseguido.

Confira um trecho


"Sinto-me vencida"

"Esses seis anos ou quase de cativeiro demonstraram que não sou nem tão resistente, nem tão corajosa, inteligente e forte quanto pensava. Travei muitas batalhas, tentei a fuga diversas vezes, procurei manter a esperança como mantemos a cabeça fora d'água. Mas hoje, mamita, sinto-me vencida".

Sobre a Autora

Para saber mais sobre Ingrid, nada melhor do que devorar esse infográfico do Estadão.

Onde comprar

Os lugares mais baratos que encontrei foram: Submarino, por R$ 9,90 (aproveitem!!!) e Livraria da Travessa, por R$ 16,51.

16 comentários:

  1. Carlinhaaa...

    Olá... saudadess!! Definitivamente eu quero MUITO ler esse livro... Eu li Eu Prisioneira das Farc também, estou super curiosa para essa leitura das cartas de Ingrid... pelo trecho já me emocionei, deve ser realmente tocante!!! Quando leio nos post vcs falando que leem no metro fico com uma inveja, deve ser tão chique, uahauhauhau... aqui na minha cidade não tem, uahuahauhau!!!

    Bjs e um excelente final de semana!!!

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  2. Carla, li esse livro sentindo a mesma emoção. O caso do sequestro de Ingrid mexeu comigo e depois que li Coração Enfurecido passei a acompanhar a história dela. Gostei muito também de Cartas à Mãe, é um livro leve, fácil de ler e emocionante. Também chorei, como você, no metrô, aliás, é o que mais faço. Mas é pena que suas respostas não foram encontradas, eu fico me perguntando também o que será que aconteceu? Bom, quem sabe o tempo dirá. Beijos.

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  3. Oiê!
    Este eu passo. Não faz meu tipo de livro, fujo das biografias.kkkk
    Bjs

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  4. Oi querida tudo bem?
    Deixei selinho pra ti no meu blog.
    Beijão.**

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  5. normalmente tbé, não gosto de biografia, mas às temos que dar chances...

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  6. Olá Carlinha linda!

    É um dos livros que quero ler.
    Tenho e já li "Com raiva no coração", também de Ingrid Betancourt.
    É excelente, se não leste... é uma óptima sugestão de leitura!

    Obrigada pelo carinho nesta minha fase menos boa!

    Desejo-te um excelente fim de semana.

    Um beijo.

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  7. Nem imagino o que essa mulher passou enquanto esteve seqüestrada! E a família, então, qto sofrimento...
    Pretendo ler esse livro um dia, muito boa sua resenha. Bjs

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  8. oi Carla!!

    Tenho interesse em ler este livro, mas não acredito que isso vá acontecer logo, é que na verdade estou em uma fase onde quero livros mais leves, com histórias felizes e romance, muito romance.Mas adorei sua resenha, com certeza me incentivou ainda mais.

    beijos

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  9. Carla!

    fiquei morrendo de vontade de ler esse livro depois que li seu post. Já tô até vendo mais uma cidadã que, mais uma vez, vai pagar mico no metrô rsrsrsrs

    Beijos e um ótimo fds.

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  10. Deve ser um livro forte, mesmo. Parece bom!

    Bjs

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  11. Oi Carla,
    Deve ser lindo msm esse livro, não li nenhum dos dois mencionados ainda, mas quero ler sim.
    Bjs.

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  12. Ahh vou ler sem falta! Despertou a minha vontade ler sua resenha.
    Acho que jamais conseguiremos imaginar o que estar tantos anos refém. Impensável.
    bjos

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  13. Carla,
    Voce tem um gosto peculiar para leitura.
    Nao teria coragem de ler um livro desses. Minha faser romantica, nao me permite isso.
    No entanto, anotado.
    Voce ja leu Mob Dick? Acho que vc iria gostar.
    Beijos

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  14. Carlinha,
    Eu ainda estou lendo o livro da Clara, mas pude perceber q ela não é tão amiga da Ingrid assim não!
    Seria mais uma amizade por conveniência!
    Mas talvez depois tenha se consolidado né?
    Como leio dois livros ao mesmo tempo, o que está me interessando de fato é a saga dos Vampiros... Vou terminar de ler e depois falo se foi de conveniência ou não... Uma opinião minha, claro!

    bjão

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  15. Deve ser muito bonito mesmo.
    Eu também vivo pagando mico no ônibus por causa de livros. Rio e choro, sem nem me lembrar que tem um monte de gente ao redor, rs.

    Bjos

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  16. Não vejo muito sentido em ler este livro sem ter lido a história dela no livro "Não há silêncio que não termine"...mas , enfim...

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