A originalidade da obra já começa por aí: uma história contada pela morte. Mas isso é só o começo. O livro começa devagar, chega a ser cansativo e dá aquele medo de ser frustrante. Mas, ao chegar mais ou menos na metade comecei a me envolver, a querer saber o que acontecia depois, a sentir raiva, pena, amor e arrepios conforme as linhas iam passando.
Qual o assunto do livro?
O livro aborda a vida de Liesel, uma menininha pobre que serve como pano de fundo para um todo muito maior, uma das maiores vergonhas da humanidade: o nazismo. Conforme sua vida é contada, o tema também vai sendo abordado, com uma sutiliza que faz o leitor se surpreender e se envolver cada vez mais. Parece que as palavras foram pensadas mil vezes antes de serem escritas, para garantir as escolhas certas.
A morte impresisona-se com Liesel Meminger, que consegue tapeá-la três vezes, e decide, então, contar sua trajetória.
E mesmo com tudo o que já foi falado sobre a Segunda Guerra, seja em livros, filmes, documentários, músicas, poesias, A Menina que Roubava Livros chega com uma abordagem completamente diferente do resto. São tantas as mensagens transmitidas no livro, que a leitura torna-se extremamente rica e incapaz de ser esquecida.
Um livro diferente. Um livro intenso. Um livro marcante. Assim é A Menina que Roubava Livros.
Para terminar, deixo uma frase da narradora e ceifadora de vidas:
“Os seres humanos me assombram”.
Agora, pense comigo, se até a Morte é assombrada pelos seres humanos....imaginem nós, pobres mortais. Vale repensar, vale refletir.
Coloquei essa frase aqui porque, quando a li, fique uns cinco minutos parada, apenas pensando nela. Reflexão: outro ponto importante que o livro desperta nos leitores.
Quando comecei o livro e soube quem narrava a história, logo fiquei curiosa para saber quando Liesel foi levada por ela. Morreu jovem? Morreu velhinha? Era imortal? Bom, para ter essa resposta, só lendo o livro... :)
Sobre o Autor
Markus Zusak tem apenas 32 anos e cresceu ouvindo histórias a respeito da Alemanha Nazista, sobre o bombardeio de Munique e sobre judeus marchando pela pequena cidade alemã de sua mãe. Ele sempre soube que essa era uma história que ele queria contar.
"Nós temos essas imagens das marchas em fila de garotos e dos ‘Heil Hitlers‘ e essa idéia de que todos na Alemanha estavam nisso juntos. Mas ainda havia crianças rebeldes e pessoas que não seguiam as regras e pessoas que esconderam judeus e outras pessoas em suas casas. Então eis outro lado da Alemanha Nazista", disse Zusak numa entrevista com o The Sydney Morning Herald.
Aos 30 anos, Zusak já se firmou como um dos mais inovadores e poéticos romancistas dos dias de hoje. Com a publicação de A Menina que Roubava Livros, ele foi batizado como um ‘fenômeno literário‘ por críticos australianos e norte-americanos. Zusak é o autor vencedor do prêmio de quatro livros para jovens: The Underdog, Fighting Ruben Wolfe, Getting the Girl, Eu Sou o Mensageiro, receptor de um 2006 Printz Honor por excelência em literatura jovem. Markus Zusak vive em Sydney.