Um trecho antes de irmos direto ao assunto:
Quanto ao cigarro; aderi há pouco. Três maços por dia e contando.
Um produto incrível, reconheço. A própria babel, a despeito do nome que anuncie o rótulo com cinco mil elementos diferentes e bem misturados em um único pequeno cilindro cheiroso. Absolutamente notável.
Sempre que trago, geralmente esparramado no sofá, recito as substâncias que consigo lembrar: Alcatrão, Nicotina, Acroleína, Benzopireno, Butano. Até mesmo Acetona, imagine. Nesse joguinho me sinto como uma criança iludida tentando decorar os oitenta sabores no cartaz da sorveteria. Em um exercício menos lúdico penso no que teria feito de diferente no decorrer da vida.
O que tento dizer é que Helena me amava, embora não me completasse.
“Porco imundo”, disse ao descobrir parte de minhas arruaças com garotas da vida. Estava certa na definição. Um porco imundo. Ainda assim perdoou o marido querido.
“Minha última prova de amor”, avisou. Mas não dei ouvidos ao ultimato. Recordo bem de ter entrado fundo naquele par de olhos mareados e soletrado.
- Eu devo a você. - Prometi que mudaria e uma vez mais me orgulhei do poder de convencimento.
Então acho que é isso o que faria diferente: tentaria ser menos persuasivo. (...)”
Apesar do título, este é um livro sobre o personagem Thomas Allen, que aparece pouco, fala pouco e cujo destino final “quase” fica inteiramente nas mãos do leitor. (Na introdução o autor nos alerta deliciosamente sobre isso ao explicar as mudanças que fez na estrutura física de um Hotel para o benefício da história)
As várias narrativas curtas mostram pessoas e situações que se interligam na cidade de Vitória. Para nós, leitores, cabe então decidir o que é real e o que é criação de Thomas, um escritor decadente pensando em qual legado deixar para a cidade. Essa parece uma técnica batida, comida requentada, mas aqui a coisa muda de figura e no fim temos uma obra com frescor original.
Em certo momento, por exemplo, uma mulher encontra-se presa no elevador com seu pior inimigo: o pai da criança que ela abortou, o homem que não a impediu de praticar o ato. Neste espaço mínimo uma narrativa sem qualquer ação de Thomas é desenvolvida e a habilidade do autor posta à prova. E que ótima cena é esta, o pai da criança insinuando que a moça o visitou para tentarem outro filho, uma prova de que ama a ele mais que tudo. Para deleite dela o final desta seqüência é o próprio fim do mundo.
Como disse explicitamente, Thomas mal aparece, mas as citações quanto a sua presença ou estilo estão espalhadas de modo a nos guiar o caminho. Ele não é “o homem que amou um par de olheiras”, destacado próximo do final do livro, mas alguém capaz de criar tal sujeito apenas para o gordo fumante do trecho acima ter companhia.
A edição da Cbj apresenta problemas menores como grafia ou sumiço de algumas palavras, mas nada que desvie nosso olhar.
Esqueçam Leandra. Thomas é o nome. E o seu fim é memorável.
oi flor!
ResponderExcluirto aki, to aki, to akiiii!
hihihihi!
Poxa, mas e as tatuagens de leandra?
engraçado que o titulo naum me parece ter algo a ver com o livro em si.
fikei curiosa!
logo logo to de voltaa!
beijo grande carlinhaa!
Eu Li!! As Tatuagens aparecem no fim, é muito sinistro!!! PUTZ!
ResponderExcluirMuito louco o trecho que vc postou!!!!
ResponderExcluirAchei super diferente!!!!!
Valeu a dica!
Bj :)
Que legal! Amei a capa! Tô tão sem tempo, q falta de ler um livro assim...
ResponderExcluirBjins
Bom dia, que vc tenha um fim de semana delicioso.
ResponderExcluirbjsss
Me deu vontade de ler esse!
ResponderExcluirMe deu vontade de ler esse!
ResponderExcluirInteressante... Então, Leandra não é personagem do livro. É o Thomas. Por que o título "Todas as Tatuagens de Leandra"? Um dia mato essa minha curiosidade! Abraços!
ResponderExcluirCarla ficou uma graça o novo layout! Beijão
ResponderExcluirOi... adorei o layout :), e amanhã vou tentar a frase no sorteio.....beijos
ResponderExcluirÉ engraçado como alguém falando tão empolgado sobre um livro consegue nos deixar totalmente curiosa, né? Isso sempre acontece comigo. haha
ResponderExcluirBeijos,
Mari
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