Por ser uma obra autobiográfica, que adoro, e pela singularidade do tema, acho que esperava um livro super marcante, mais ou menos ao estilo do Para Sempre Alice. E nem posso dizer que a expectativa era grande por causa desse livro, porque li Entre Nós muito antes de saber da existência de Para Sempre Alice.
Enfim, comecei a ler o livro, que é dividido em duas partes, o que também achei ótimo para organizar o entendimento do leitor:
- A primeira parte é sobre a experiência pessoal da autora com o câncer. Ela conta desde o momento em que percebeu que os resultados dos exames não seriam favoráveis até o momento em que entregou os originais para a editora, com 2 anos de tratamento. Nessa etapa também podemos ler vários depoimentos de pacientes e familiares da autora.
- Já a segunda parte é sóbre sua experiência profissional. Luiza já era especialista em Psico-Oncologia pela Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO) há alguns anos quando recebeu o diagnóstico de câncer. Então, surgiu a idéia de pedir a algumas pacientes que estavam sendo atendidas por ela para que registrassem sua experiência / relação com a doença. A partir de seus relatos, a autora aborda assuntos como medo, perdas, morte, insegurança, fragilidade, sexualidade, família, tratamentos, relacionamentos.
Ao ler tudo isso, não surgiu uma super vontade de ler o livro? Pois é, mas eu li e me decepcionei um pouco. Claro que a atitude da autora é maravilhosa, super respeitável e corajosa e que sabemos da dificuldade que qualquer um tem em lidar com a doença, trabalhando diariamente com ela ou não. Acontece que ela não conseguiu transmitir toda essa emoção e todo o universo que gostaria com a sua esccrita.
O livro me pareceu um pouco frio, com linguagem muito rebuscada, parecendo mais uma tese do que um livro autobiográfico, com o qual o leitor precisa estar envolvido completamente para que a experiência seja tão rica quanto um livro como esse merece.
Esperava mais e confesso que, como escritora, infelizmente Luiza deixa a desejar. No meu modo de ver, ela exagera em explicações desnecessárias e peca em explorar mais os acontcimentos / sentimentos que fazem diferença para o leitor.
Acho que, ao escrever o livro, ela se preocupou muito em fazer um relato da sua experiência, mas não pensou na riqueza do texto como narrativa, não pensou no lado do leitor que não fez parte dessa história, mas que comprou o livro porque queria, sim, poder fazer parte dela de alguma maneira.
Para saber mais
No Oncoguia há uma entrevista com Luiza. E no site do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBHA) há uma resenha sobre o livro. Para quem ainda quiser saber mais, achei também um outro texto no Portal Fator Brasil.
Sobre a Autora
Maria Luiza de Castro Polessa é psicóloga, com formação em Psicologia Transpessoal e especialização em Psico-Oncologia pela Sociedade Brasileira de Psico-Oncologia (SBPO). Recebeu da SBPO a Certificação de Distinção de Conhecimento na Área de Psico-Oncologia. Do Instituto Brasileiro de Hipnose Aplicada (IBHA) obteve o título de hipnóloga. É também formada em Letras, com mestrado em Literatura Brasileira pela UFRJ.
“Ter como diagnóstico uma doença potencialmente letal como o câncer está sendo para mim a oportunidade de renascer na própria vida. Fazer cada pequenina coisa do cotidiano, estar com cada uma das pessoas que integram meu universo, em cada lugar que guarda um registro de minha história, com a consciência de que poderia não estar mais ali, imprime a tudo muita grandeza”
Uma semana cheia de coisas boas.
ResponderExcluirhoje não pude ler pois estou com pressa, mas na próxima
virei com calma.
bjsss
Olá!
ResponderExcluirBom dia!
Engraçado como a gente se engana com determinados livros, né?
Já comprei alguns pela sinopse e fiquei frustrada.
Boa semana para você, moça.
Pela sinopse parece interessante e como você diz, pelo menos a atitude dela em contar a sua experiência já vale.
ResponderExcluirUma ótima semana pra você também!
No começo me pareceu interessante, mas qd vc falou q parecia mais uma tese do q uma autobiografia eu desanimei um pouco, rs.
ResponderExcluirNão se julga um livro pela sinopse.
ResponderExcluirFaz fazer o que?É a única coisa que podemos sobre o livro para saber se ele é bom ou não, e nos enganar as vezes.
Já comprei livros pela sinopse e me decepcionei,por isso é legal as pessoas escreverem sobre os livros que já leram e o que acharam.
Assim a gente não fica só com a (duvidosa) sinopse.
Adoro seu blog!
bjoo :*
Amore, boa semana pra vc também ta?
ResponderExcluirBjusssssssss
parece ser bem legal mesmo, o da Alice uma vez eu quase comprei no submarino.
ResponderExcluirbjsss
É, Carla, quando comecei a ler seu post fiquei realmente interessada com essa ironia do destino da autora, mas entendo sua decepção.
ResponderExcluirNem todo mundo tem o poder de transmitir seus sentimentos de forma que nos envolva.
Beijos,
Mari
www.rosas.nadiapag.com